Funcionários da SpaceX acusam empresa de demissões ilegais após críticas direcionadas a Musk – ESTOA

Funcionários da SpaceX acusam empresa de demissões ilegais após críticas direcionadas a Musk

A empresa teria demitido nove funcionários como forma de retaliação a críticas referente ao comportamento de Musk


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Funcionários da SpaceX alegam que foram demitidos ilegalmente no início deste ano em retaliação a comentários críticos direcionados ao fundador Elon Musk e a cultura da empresa, alegou um ex-funcionário em uma queixa junto à agência reguladora trabalhista dos EUA.  

Ao todo foram nove funcionários demitidos, incluindo os autores de uma carta aberta em forma de protesto contra “comentários inapropriados, depreciativos e sexualmente carregados no Twitter” de Musk, de acordo com a denúncia realizada ao Conselho Nacional de Relações Trabalhistas dos EUA. 

A queixa diz que os trabalhadores foram demitidos por se envolverem na atividade protegida “de se manifestar contra o fracasso e recusa da SpaceX em abordar a cultura de sexismo, assédio e discrinação”.

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Esta também não é a primeira vez que o Conselho Nacional de Relações Trabalhistas se envolve em uma disputa trabalhista em uma empresa de propriedade de Musk. 

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Após uma longa batalha legal, o NLRB em 2021 manteve uma decisão de 2019 de que a Tesla demitiu ilegalmente um trabalhador envolvido nos esforços para sindicalizar sua fábrica de Fremont. 

Conteúdo da carta

A carta, relatada pela primeira vez pelo The Verge pediu três coisas aos executivos da SpaceX: reduzir o “comportamento prejudicial de Elon no Twitter”, definir e aplicar as políticas de assédio sexual da empresa e garantir que toda a liderança seja responsabilizada por violar essas políticas.

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“Os sistemas e a cultura atuais da SpaceX não cumprem seus valores declarados, já que muitos funcionários continuam a enfrentar a aplicação desigual de nossas políticas frequentemente repetidas ‘No Asshole’ e ‘Zero Tolerance’. Isso deve mudar”, dizia a carta. Mais de 400 funcionários assinaram.
A SpaceX demitiu vários trabalhadores em junho devido à carta aberta, que chamou o comportamento de Musk de “uma fonte frequente de distração e constrangimento para nós” e pediu à liderança da SpaceX que condenasse e se distanciasse do “estilo pessoal” do bilionário.

Empresa demitiu 5 funcionários após anúncio da carta/Foto: The Intercept

Medidas de condições de trabalho

A lei americana proíbe empresas de retaliação contra trabalhadores por tomarem medidas coletivas relacionadas às suas condições de trabalho a fim de melhorá-las, com ou sem sindicato.

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“Isso pode ser visto como retaliação por se manifestar”, disse Mary Inman, advogada denunciante da Constantine Cannon do The Verge. “O que isso diz aos trabalhadores? basicamente diz, não queremos saber de você.” 

As reclamações apresentadas ao conselho trabalhista são investigadas por autoridades regionais, que, se encontrarem mérito das alegações e não conseguirem um acordo, emitem uma reclamação.

A agência tem autoridade para ordenar que empresas reintegrem trabalhadores demitidos e paguem salários atrasados, mas geralmente não pode responsabilizar pessoalmente os executivos por supostas irregularidades ou exigir reparações.

Um representante da empresa não respondeu imediatamente a pedidos de comentários.


Posicionamento da empresa

Após a circulação do conteúdo da carta, a SpaceX emitiu uma reação rápida aos seus colaboradores através da presidente da companhia, Gwynne Shotwell, “temos muito trabalho crítico a realizar e não há necessidade desse tipo de ativismo exagerado”, disse ela através de um e-mail para a equipe. “Realizamos uma investigação e demitimos vários funcionários envolvidos.”

Depois de demitir cinco funcionários envolvidos na redação da carta, a SpaceX realizou uma reunião acalorada na qual o vice-presidente John Edwards disse aos funcionários: “SpaceX é Elon e Elon é SpaceX”, de acordo com o New York Times. Vários outros funcionários teriam sido demitidos após a reunião.

Os membros do conselho decidiram no ano passado que a empresa de veículos elétricos de Musk, a Tesla (TSLA), violou repetidamente a lei trabalhista, inclusive demitindo um ativista sindical por meio de um post ameaçador enviado por Musk no Twitter.

A Tesla negou irregularidades e está apelando dessa decisão em um tribunal federal.