Futura bolsa de valores em blockchain, Vórtx inicia cadastro de investidores e empresas
A Vórtx QR Tokenizadora foi uma das empresas aprovadas no sandbox regulatório da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em outubro, conforme noticiou o CriptoFácil. E na última sexta-feira (1), foi anunciada a primeira fase de operação da empresa.
De acordo com um comunicado enviado pela Vórtx ao CriptoFácil, esta primeira fase consiste na etapa da exchange. A princípio, os investidores e emissores interessados em atuar na tokenizadora deverão realizar seu cadastro inicial. Esse cadastro é obrigatório para realizar operações na tokenizadora, que tem previsão de ser lançada no mês de maio.
Para operar na tokenizadora, o primeiro passo de todo investidor e emissor é abrir uma conta na Vórtx DTVMa. A conta, por sua vez funciona como uma carteira digital que receberá os recursos, posteriormente utilizados na exchange. O processo é simples e rápido, basta acessar o site e começar o processo de cadastro.
Primeiras empresas do sandbox
A Vórtx QR Tokenizadora é uma joint venture entre a Vórtx, fintech de infraestrutura para o mercado de capitais com mais de meio trilhão de reais em ativos em sua plataforma, e a QR Capital, holding do setor de blockchain e criptoativos.
Tanto a Vórtx QR quanto a Vórtx DTVM foram selecionadas pelo sandbox da CVM em outubro de 2021. Juntas, as empresas vão desenvolver, no âmbito do sandbox regulatório da CVM, a primeira exchange baseada em tokens regulada para o mercado de capitais.
Nesse sentido, o projeto proporciona uma evolução da infraestrutura para a digitalização da atividade de intermediação de ofertas públicas para valores mobiliários. A Vórtx permitirá a emissão de ativos como como debêntures e cotas de fundos de investimento fechados.
Na prática, a Vórtx pode, no futuro, tornar-se a primeira bolsa de valores em blockchain do Brasil. Ao contrário dos processos tradicionais via IPO, a Vórtx incorpora a tecnologia blockchain no processo. Com isso as transações tendem a ser mais seguras, inteligentes e transparentes.
Dessa forma, as empresas visam promover a atividade de constituição e administração de mercado de balcão organizado de valores mobiliários. Todo o processo será baseado na tecnologia blockchain. Esta operação é única no Brasil e pode revolucionar o mercado de capitais.
A inscrição funcionará como a primeira parte de um processo seletivo. Entre os inscritos no site da Vórtx, doze emissores de ativos serão selecionados para participar do projeto.
Os pioneiros
Juliano Cornacchia, CEO e cofundador da Vórtx, celebrou o caráter inovador do projeto. De acordo com o executivo, os investidores que se cadastrarem na plataforma Vórtx DTVM serão pioneiros.
Nesse sentido, eles darão o primeiro passo para participar de um dos projetos mais revolucionários de digitalização do mercado de capitais dos últimos anos.
“Esse produto é pura inovação e cria a possibilidade de simplificar transações extremamente burocráticas e de reduzir drasticamente os custos envolvidos. O processo de tokenização veio para ficar e vai mudar a forma que as pessoas fazem investimentos. Esse é um importante movimento em direção ao nosso propósito de simplificar o mercado de capitais”, explica o executivo.
Fernando Carvalho, CEO da QR Capital, falou sobre a parceria entre a Vórtx e a QR. De acordo com o executivo, o movimento alinha-se com o esforço da holding de aproximação do mercado financeiro tradicional e o mercado de criptoativos.
Nesse sentido, a QR Capital já possui fundos de investimento e ETF ligados ao mercado de criptoativos. Agora, a gestora visa inovar a própria organização do mercado de capitais como um todo.
“A tecnologia blockchain facilita a criação de ambientes de negociação mais eficientes, seguros e menos onerosos. Isso torna todo o processo mais simples tanto para o investidor, quanto para o emissor. Com as dispensas regulatórias obtidas em caráter experimental no Sandbox, faremos com que a emissão e distribuição de valores mobiliários seja mais ágil, barata, segura e eficiente. Isso vai viabilizar projetos cada vez mais inovadores e necessários ao mercado tradicional”, defende Carvalho.
As atividades que poderão ser realizadas na tokenizadora, além de serem reguladas, serão realizadas diretamente pelos usuários investidores ou emissores. Além de ampliar possibilidades de acesso a recursos, democratizar o processo e permitir a expansão da base de operadores.