Gafisa (GFSA3): ações despencam após anúncio de que follow-on está sob avaliação

Nesta segunda-feira (26), a construtora e incorporadora brasileira Gafisa (GFSA3) anunciou que está avaliando, até o momento, uma oferta de ações follow-on para o financiamento de investimentos.

Após anunciar a avaliação, as ações da companhia despencaram, com quedas que superaram os 10% durante o pregão de hoje.

Oferta de ações

A oferta primária para a distribuição de ações ordinárias com esforços de colocação foi anunciada pela empresa em Fato Relevante publicado ao mercado nesta segunda-feira.

No documento, a Gafisa diz que a negociação está sob avaliação direta da companhia, afirmando não haver “definição e ou aprovação formal relacionada à efetiva realização da Potencial Oferta Restritas, seus termos e condições”.

A operação está, ainda, sujeita às condições macroeconômicas e do mercado de capitais brasileiro, além das aprovações societárias necessárias.

A Gafisa também assegura que, caso venha a ser realizada, a operação follow-on será “conduzida em conformidade com a legislação e a regulamentação aplicáveis”.

Também no dia de hoje, a companhia publicou em Comunicado ao Mercado esclarecimentos acerca da repentina valorização de suas ações no pregão da última sexta-feira (23).

Além disso, o anúncio ocorre pouco mais de uma semana após a empresa adquirir a Bait Incorporadora.

O negócio movimentou a quantia de R$ 180 milhões, e promoveu mudanças em sua diretoria: a partir de então, a empresa atuaria com um CEO em sua liderança.

Por adotar um modelo de cogestão, a Gafisa não possuía um único CEO até o momento da compra. Quando a aquisição se concretizou, Henrique Blecher passou a assumir o cargo da Incorporadora.

Blecher era, até então, sócio-fundador e diretor executivo da Bait. Por possuir experiência em projetos de alto padrão, direcionados ao público de alta renda, sua liderança faz com que a Gafisa fortifique sua operação na área.

“Estamos em um momento importante de direcionamento da marca e iremos utilizar todas as forças, background e know-how da Gafisa para atuarmos de forma icônica em um segmento exclusivo e de alta complexidade”, disse o executivo.

Esclarecimentos à B3

Na última sexta-feira, a Bolsa de Valores do Brasil, a B3, solicitou que a Gafisa enviasse até o dia de hoje esclarecimentos sobre a repentina valorização de suas ações durante o pregão do último dia 23.

Naquele dia, de acordo com os dados enviados pela Bolsa para a companhia, seus ativos abriram o pregão aos R$ 10,00, finalizando o dia aso R$ 11,78, somando uma valorização de 9,99%.

A quantia representou uma diferença distinta da oscilação registrada nos outros dias da semana: na quinta-feira (22), por exemplo, suas ações fecharam o pregão aos R$ 1,19, com uma variação de 0%.

No dia anterior, na quarta-feira (21), seus papéis apresentaram uma queda de 1,65%, fazendo com que suas ações caíssem de R$ 1,22 para R$ 1,19.

Dessa forma, em resposta à solicitação da B3, a Gafisa afirma que aprovou, no dia 10 de agosto deste ano, o “agrupamento de ações de seu capital, na razão de 9:1”, por meio de uma Assembleia Geral Extraordinária.

Assim, a partir do dia 23 de setembro deste ano, quando a Bolsa de Valores identificou variações consideradas atípicas nos ativos da empresa, suas ações seriam negociadas de forma grupada.

Ações da Gafisa despencam

Depois de anunciar o movimento follow-on, as ações  da Gafisa registraram fortes quedas ao longo do pregão desta segunda-feira (26). Seus ativos somaram às 14:46 horas (Horário de Brasília) uma queda de 11,69%, atingindo os R$ 9,97.

No período de seis meses, seus papéis apresentaram uma desvalorização de 38,46%. No acumulado do ano, suas ações somaram uma queda de 43,19%.