Gafisa (GFSA3) irá recorrer da decisão judicial que impede seu aumento de capital; ações derretem – ESTOA

Gafisa (GFSA3) irá recorrer da decisão judicial que impede seu aumento de capital; ações derretem

A empresa informou a insistência na operação nesta sexta (6)


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Nesta sexta-feira (6), a Gafisa (GFSA3) informou que irá recorrer da decisão judicial que suspende a operação de aumento de capital, planejada pela companhia.

A empresa, dessa forma, afirma que tomou ciência da decisão e que, através das “vias cabíveis”, irá fazer com que a emissão de novas ações, que caracteriza a operação, seja concluída.

Gafisa vai recorrer

A insistência da empresa foi esclarecida em Fato Relevante publicado ao mercado nesta sexta-feira (6). O mecanismo de aumento de capital foi aprovado em uma reunião do Conselho de Administração da Gafisa, realizada no dia 24 de novembro de 2022.

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Posteriormente, na última terça-feira (3), a operação foi homologada em um encontro do mesmo órgão.


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No documento, além de reconhecer a decisão tomada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), a companhia também afirma que, enquanto a medida estiver vigente, os direitos políticos, patrimoniais e a negociação das ações a serem creditadas estarão suspensos.

A creditação dos cerca de 13,2 milhões de ativos, que iriam compor a operação, aos 1.486 subscritores estava marcada para esta sexta-feira (6), sendo suspensa por decisão judicial.

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O agravo de instrumento foi proposto pela Esh Capital, que detém 15% de participação na empresa, pedindo que o processo de aumento de capital fosse suspenso até a próxima Assembleia de Acionistas, que deve ser realizada na próxima segunda-feira (9).

Imagem ilustrativa/Foto: Reprodução

Dessa forma, no dia de ontem (5), Azuma Nishi, desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo, acatou a solicitação da administradora de fundos de investimento.

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Ao analisar o caso, Nishi concluiu a existência de danos “irreparáveis ou de difícil reparação” para a Esh Capital, acionista minoritária da companhia, caso a operação fosse concluída.

O magistrado do TJSP disse, ainda, que diversos processos judiciais que apontam a ilegalidade do aumento de capital existem, destacando que a próxima Assembleia de acionistas mostra-se “prudente a imediata suspensão de emissão das ações previstas para amanhã”.

No comunicado, a Gafisa reforça que se manifestará pela regularidade da operação, além de afirmar que deve recorrer da decisão feita e que “pleiteará, nas vias cabíveis, a indenização pelos prejuízos incorridos”.

Ainda na última quinta-feira, o CEO da Gafisa, Henrique Blecher, se pronunciou sobre a medida imediata em entrevista ao InfoMoney.


Blecher disse, dessa forma, que foi “pego de surpresa com essa movimentação”. Além disso, o executivo também ressaltou que, para focar sua estratégia na alta renda, a Gafisa precisa de um “caixa sólido”.

O CEO da empresa disse, também, que o acionista responsável por solicitar a decisão — a Esh Capital — não havia lhe procurado para “saber dos motivos do aumento de capital”, causando-o “estranheza”.

“Nenhum acionista vai conseguir saber todas as motivações do management pelos comunicados”, finalizou o CEO.

Segundo o sócio da Esh Capital, Vladimir Timerman, o objetivo da gestora era fazer com que a assembleia sobre a operação ocorresse antes de sua homologação, além de afirmar que a companhia “tem se movimentado dentro das quatro linhas”.

Imagem ilustrativa/Foto: MPRS

Dessa forma, caso o encontro ocorresse na última segunda-feira, dia 2 de janeiro, não haveria a necessidade de recorrer à medida judicial.

Ações

No dia em que Tribunal de Justiça de São Paulo determinou a suspensão imediata da operação de Aumento de Capital da empresa, na última quinta-feira (5), as ações da Gafisa (GFSA3) decolaram, chegando ao fim do pregão com uma valorização de 47,03%.

No entanto, a maior valorização registrada nos papéis da companhia foi ao fim do pregão da última terça-feira (3), data em que a operação foi homologada em uma reunião do  seu Conselho de Administração. No dia, seus ativos atingiram uma alta de 50,42%.

Nesta sexta-feira (6), porém, os papéis da Gafisa despencaram, somando por volta das 15:19 horas (horário de Brasília) uma queda de 21,63%, atingindo os R$ 24,06.

Em um mês, as ações da empresa apresentam uma valorização de 290,65%.