Ibovespa despenca com rumores sobre Mercadante nas estatais – ESTOA

Ibovespa despenca com rumores sobre Mercadante nas estatais

As falas do coordenador técnico da Transição também afetaram o índice


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Nesta segunda-feira (12), o Ibovespa, o índice de desempenho da Bolsa de Valores Brasileira, a B3, opera em queda após rumores de que o coordenador técnico da equipe de transição, Aloizio Mercadante, passe a comandar estatais como o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) ou a Petrobras (PETR4).

As falas do coordenador também afetaram o índice, que avançou no sentido contrário das Bolsas de Valores norte-americanas, que esperam pelos dados do Fed (Federal Reserve).


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Ibovespa opera em queda

Os rumores de que o coordenador técnico da Transição deveria assumir o controle de estatais como o BNDES e a Petrobras fizeram com que o índice da bolsa brasileira despencasse, somando uma queda de 2,65% por volta das 14:45 horas (Horário de Brasília), aos 104.673 pontos.

As ações da petroleira pressionaram o desempenho negativo da bolsa: os papéis PETR4 registraram, também por volta das 14:45 horas, uma desvalorização de 5,22%, atingindo os R$ 23,42.

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Os boatos envolvendo o nome do economista para assumir a liderança das estatais durante o governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) começaram a circular neste final de semana, mas só nesta segunda-feira foi possível identificar seu impacto no mercado.

Aloizio Mercadante, ex-ministro da Casa Civil/Foto: Reprodução

De acordo com o gestor e sócio da Armor Capital, o mercado financeiro está “reprecificando” o conjunto de políticas envolvendo a economia do próximo governo. “O mercado sempre é tolerante com um novo governo. Até uma hora que cobra tudo”.

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Além das preocupações envolvendo a governança das estatais, outro fator de peso no desempenho da Bolsa de Valores brasileira foi a tramitação da PEC da Transição na Câmara, cuja discussão deve ocorrer na sessão desta segunda-feira.

O texto da proposta deve, porém, ser apreciado nesta terça-feira (13).

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Além disso, boatos sobre mudanças na Lei das Estatais também circularam, pressionando o índice.

O dólar também soma altas no dia de hoje. A moeda americana soma, às 15:11 horas (Horário de Brasília) uma alta de 1,68%, aos R$ 5,3281.

A moeda, assim como as bolsas de valores americanas, é pressionada positivamente pelas expectativas sobre a divulgação de dados acerca do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), marcada para esta terça-feira (13), e a última reunião do Fed (Federal Reserve), o Banco Central dos Estados Unidos, acerca das taxas de juros e o cenário da inflação do país, que deve ocorrer na próxima quarta-feira (14).

Mercadante nas estatais

A informação de que o Aloizio Mercadante seria o nome mais cotado para a governança do BNDES foi antecipada pelo jornal Estadão e, até então, não foi negada pela assessoria de imprensa do economista.

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)/Foto: Reprodução

Ele seria, ainda, considerado como um “coringa” no governo Lula, não sendo descartados, no entanto, boatos sobre uma vaga em um ministério.

Ocorreram, então, rumores sobre planos do governo eleito de alterar a Lei das Estatais, medida que veda a indicação para presidência de atuantes de estruturas decisórias de partidos políticos nos últimos 36 meses.

Mercadante, que também atuou como ministro da Casa Civil, negou a possibilidade nesta segunda-feira (12), afirmando que “No governo de transição, desconheço iniciativa de alterar a lei das estatais”.


O coordenador desmentiu os rumores durante a cerimônia de diplomação do presidente eleito Lula e do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSDB).

Repórteres presentes no evento questionaram o economista sobre sua suposta indicação a comandar alguma empresa estatal ou algum ministério durante o próximo governo. Mercadante, porém, preferiu ficar em silêncio.

A reação negativa do mercado financeiro sobre os boatos acerca da governança do BNDES se dão pois, caso eleito para presidir o Banco, o coordenador pode promover uma política econômica mais desenvolvimentista, com temores sobre a expansão do gasto público.