Ibovespa opera em alta com IPCA-15; deflação pode indicar corte na Selic – ESTOA

Ibovespa opera em alta com IPCA-15; deflação pode indicar corte na Selic

Com a prévia da inflação benéfica, mercado já aposta em uma redução dos juros


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O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, a B3, opera em alta durante o pregão desta terça-feira (25), pressionado pela divulgação da prévia da inflação, medida pelo IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15).

O indicador apresentou deflação de 0,07% durante o mês de julho, recuo maior do que o esperado pelos analistas do mercado financeiro.

Além de melhorar o ânimo da Bolsa, o resultado também aumenta as probabilidades de uma redução da taxa Selic, os juros básicos da economia.

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Ibovespa opera em alta e IPCA-15 cai

Por volta das 15:10 horas (horário de Brasília), o Ibovespa somava uma alta de 0,76%, aos 122,2 mil pontos. 

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As maiores altas do dia, neste horário, foram da Eztec (EZTC3), aos R$ 21,50 (+6,81%); CSN (CSNA3), aos R$ 13,78 (+5,59%); e Cyrela (CYRE3), aos R$ 23,75 (+4,86%).

O desempenho também foi pressionado pelas maiores baixas que, na mesma hora, foram da Gol (GOLL4), aos R$ 10,17 (-2,68%); Minerva (BEEF3), aos R$ 9,35 (-2,60%); e Weg (WEGE3), aos R$ 40,71 (-2,00%).

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A variação positiva do índice reflete a desaceleração da inflação, de acordo com os dados do IPCA-15 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

A queda de 0,07% em julho foi maior do que a deflação de 0,02% projetada por analistas consultados pela Bloomberg. No mês anterior, em junho, o indicador apresentou um avanço de 0,04%.

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Energia e Alimentos e bebidas pressionaram a queda/Foto: Paulo Whitaker/Reuters

Esta é a primeira diminuição do medidor em 10 meses. Na época, a prévia da inflação apresentou uma redução de 0,37% com os cortes tributários implementados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro perto do período das eleições presidenciais.

Além disso, a deflação também é a primeira para um mês de julho desde o ano de 2017, quando o indicador caiu 0,18%.

O desempenho foi pressionado, segundo o IBGE, pela queda nos preços da energia elétrica e dos alimentos. 

O primeiro componente apresentou uma variação negativa de 3,45%, fazendo com que o grupo de habitação caísse 0,94% e contribuísse em -0,14% para a queda do IPCA-15.

O grupo de alimentos e bebidas, por sua vez, apresentou deflação de 0,40% durante o período, com contribuição de -0,09%.


Juros podem cair

A publicação da queda na prévia da inflação ocorre pouco antes da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, entre os dias 1º e 2 de agosto.

Isso faz com que o mercado aposte em uma possível redução da taxa Selic. Atualmente, o custo dos empréstimos se encontra em 13,75% a. a. há quase um ano. 

De acordo com o contrato de opções do Copom, com data de referência para esta terça-feira (25), apresentado no site oficial da B3, a maior parte dos players do mercado financeiro apostam em uma redução de 0,50%.

Copom deve se reunir entre os dias 1º e 2 de agosto/Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O movimento é explicado por Alexandre Maluf, economista da XP, em relatório.

“As medidas de núcleos e serviços apresentaram melhora inequívoca em julho, aumentando marginalmente as apostas para um corte de 0,5 ponto percentual na próxima reunião do Copom”.

Uma parcela ligeiramente menor aposta em uma diminuição de 0,25%. As expectativas restantes se dividem entre a manutenção do patamar atual, queda de 0,75% e queda de 1%.

A autoridade monetária já vem sofrendo pressões políticas e populares para sinalizar cortes nos juros. O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e aliados utilizam-se da desaceleração da inflação para pressionar a instituição.

De acordo com informações do último Boletim Focus, publicado nesta terça-feira (25 pelo BC, analistas e instituições consultadas preveem que o custo dos empréstimos deva encerrar o ano de 2023 aos 12,00%.