Inflação desacelerada fortalece expectativas de corte dos juros nos EUA – ESTOA

Inflação desacelerada fortalece expectativas de corte dos juros nos EUA

A queda do CPI superou as projeções do mercado


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Reagindo à desaceleração do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos Estados Unidos, publicados na última quarta-feira (10), o mercado financeiro passou a apostar em cortes nos juros norte-americanos ainda neste ano.

De acordo com as informações divulgadas pelo Departamento do Trabalho do país, o medidor apresentou uma variação de 0,4% em abril ante o mês anterior, estabelecendo-se em 4,9% no acumulado de 12 meses, mostrando uma desaceleração ante os 5% de março.

Mercado otimista

A ligeira desaceleração de 0,1% do CPI na base anual apresentada no mês de abril foi o suficiente para fazer com que o mercado financeiro se mostrasse mais otimista, revertendo suas projeções de novas elevações na taxa de juros dos Estados Unidos.

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Mas, apesar disso, a décima queda consecutiva do medidor foi suficiente para fazer com que o índice atingisse sua mínima para o mês de abril em dois anos.

Alguns passaram, também, a apostar em cortes no custo dos empréstimos por parte do Banco Central norte-americano, o Federal Reserve (Fed), após a divulgação das quedas.

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Mercado Financeiro espera quedas dos juros/Foto: AdobeStock

De acordo com uma pesquisa da Chicago Mercantile Exchange (CME Group), 98,5% das posições são de que a autoridade monetária mantenha os juros entre 5,0% e 5,25% para o mês de junho. 

A maior parte dos consultados vai além, projetando para os meses de setembro, novembro e dezembro quedas de 0,25 pontos-base. Esta representa a posição de 80,14% das apostas registradas pelo grupo.

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Nesta quinta-feira (11), o Departamento do Trabalho do país divulgou, ainda, dados sobre o Índice de Preços ao Produtor (PPI). Em abril, o medidor indicou uma alta de 0,2% ante o mês anterior.

O resultado foi um pouco abaixo das projeções do mercado. O balanço da FactSet, por exemplo, esperava uma alta de 0,3% no PPI daquele período.

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O núcleo do indicador registrou, ainda, uma alta no mesmo nível, de 0,2% em abril. Este, por sua vez, fica alinhado com as expectativas da FactSet.


Auxílio-desemprego

Segundo dados publicados pelo Departamento do Trabalho dos Estados Unidos nesta quinta-feira, os pedidos de auxílio-desemprego saltaram no país na semana passada, finalizada no dia 6 de maio.

No período, as solicitações dispararam de 242 mil para 264 mil, superando as expectativas do mercado. De acordo com o consenso Refinitiv, a projeção era de que o número chegasse aos 245 mil.

O patamar representa, ainda, o nível mais alto desde o registrado no mês de outubro de 2021.

Unidos às pressões mais leves com as quais o mercado tem de lidar, o número de pedidos de auxílio-desemprego também reforçaram a posição otimista do mercado em relação aos juros dos Estados Unidos.

Efeitos da desaceleração

Além de moldar as expectativas futuras dos atores do mercado financeiro, o alívio da inflação norte-americana também influenciou os índices a curto-prazo. No dia em que a desaceleração da CPI foi divulgada, o dólar fechou o pregão com uma queda de 0,88%, aos R$ 4,94.

Imagem ilustrativa/Foto: REUTERS/Lee Jae-Won/Archivo

Durante as negociações de hoje, no entanto, a moeda americana permanece estável, somando por volta das 15:20 horas (horário de Brasília) uma queda de 0,03%, aos R$ 4,9411.

Ainda na última quarta-feira (10), os índices Nasdaq Composite e S&P 500 também somaram altas. Eles fecharam a última sessão de negociações, respectivamente, com ganhos de 1,04% e 0,45%.

Ainda na última sessão, as commodities, em especial o petróleo tipo Brent, fecharam com quedas. O recurso possui potencial desinflacionário, e serve como referência para a precificação da Petrobras (PETR4).

O último fechamento da commodity foi aos US$ 76,41 por barril, com queda de 1,33%. Hoje, por volta das 15:30 horas (horário de Brasília, o recuo era de 2,13%, aos R$ 74,89.