Inflação na zona do euro, Campos Neto e Haddad no G20 e o que mais mexe com o mercado hoje
Os olhares do mercado brasileiro nesta quinta-feira (23) se voltarão para a 1ª Reunião de Ministros de Finanças e Governadores de Bancos Centrais dos países do G20, que acontece em Bangalore, na Índia e contará com a presença do presidente do BC brasileiro, Roberto Campos Neto, e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em uma espécie de preparação para o reunião oficial em setembro.
O encontro entre os dois acontece dias após as tensões entre Campos Neto e o presidente Lula, principalmente com relação à taxa Selic e às metas de inflação. Entre as principais pautas que serão discutidas em Bangalore estão temas como criptomoedas, endividamento dos países, transição energética e economia verde. O encontro também é importante para o Brasil, visto que a partir de 2024 o país assumirá a presidência do G20.
2. Ata do Fed indica juros mais altos nos EUA
No exterior, a quarta-feira foi rodeada de expectativas com relação a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (FOMC) do Federal Reserve. O documento era aguardado por investidores em virtude dos possíveis indicativos de próximos passos do banco central dos Estados Unidos sobre a taxa de juros. De acordo com a ata, apesar da grande maioria dos membros terem concordado com o aumento de 0,25%, uma parcela era a favor de aumentar a taxa de juros em 0,50 p.p.
Ainda segundo a ata, embora os últimos três meses tenham indicado uma redução na inflação do país, não existem indicativos suficientes neste momento para sustentar essa tendência de queda por mais um tempo. Até a próxima reunião do Fed em março, os investidores se atentarão a novos dados como o PIB e dados de emprego.
3. Inflação desacelera na zona do euro em janeiro
Nesta quinta a Eurostat (escritório de estatísticas da União Europeia) divulgou os números com relação ao Índice de Preços ao Consumidor (CPI), responsável por medir a inflação na zona do euro. Depois de atingir a sua máxima histórica em outubro, quando chegou 10,6%, a inflação na região recuou para 8,6% no primeiro mês do ano, depois de fechar 2022 em 9,2%.
No comparativo mensal, o CPI da zona do euro recuou 0,2% em janeiro. Já com relação ao núcleo da inflação, que não considera os preços de energia e de alimentos – os maiores responsáveis pela inflação na região – o índice acumulado ficou em 5,3% em janeiro, com uma queda mensal de 0,8%.
4. Ibovespa tem queda forte em sessão pós-carnaval
Em um dia atípico de sessão mais curta nesta quarta-feira de Cinzas, devido à volta do feriado de Carnaval, o principal índice da bolsa de valores, o Ibovespa, teve pouco tempo para recuperar os dois dias sem pregão. Durante o dia, o índice refletiu principalmente os acontecimentos vindos dos EUA, como a apreensão por um novo aumento dos juros por parte do Federal Reserve.
O Ibovespa fechou a sessão com um recuo de 1,85%, aos 107.152 pontos nesta quarta. Um dos principais fatores que puxaram o desempenho para baixo foram as quedas de Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4), que são as duas maiores companhias listadas na bolsa de valores.
5. Brasil pausa exportação de carne para a China após caso de “vaca louca”
Nesta quarta foi confirmado no sudeste do estado do Pará o primeiro caso da doença encefalopatia espongiforme bovina, conhecida como vaca louca. A notícia fez com que o Brasil – o maior exportador mundial de carne bovina – suspendesse imediatamente toda a exportação de carne para a China, seguindo o protocolo comercial entre os países.
Antes mesmo do caso ser confirmado pelo Ministério da Agricultura, a vaca louca já estava refletindo no mercado brasileiro e gerando impacto no setor de frigoríficos. Nesta quarta as ações das empresas desta área caíram mais de 4%, com destaque principalmente para a Minerva (BEEF3), que despencou 7,92%.
6. Expectativa por nova revisão do PIB dos EUA
Depois de divulgar a ata do Fed com novos indicativos com relação à taxa de juros, os Estados Unidos conhecerão nesta manhã uma nova leitura para o Produto Interno Bruto (PIB) do país no quarto trimestre de 2022. Os dados ajudarão o banco central norte-americano, servindo como um dos parâmetros a serem considerados na próxima reunião do Fed em março.
A expectativa do mercado é de que os dados que serão divulgados pelo Departamento de Comércio do país às 10h30 apresentem uma alta de 2,9%, com uma ligeira redução com relação à leitura anterior, quando estava em 3,2%.