Magazine Luiza (MGLU3) tem preço-alvo reduzido após recomendação
Ativa Investimentos cortou preço que estava avaliado em R$ 9,7 e caiu para R$ 8
O Magazine Luiza (MGLU3) teve o seu preço-alvo reduzido mais uma vez nesta última semana de maio. A Ativa Investimentos fez o corte no preço-alvo e manteve sua recomendação neutra mesmo que a empresa esteja passando por desafios com relação aos seus resultados.
A redução vem após a varejista apresentar um prejuízo líquido ajustado de quase R$ 100 milhões neste primeiro trimestre de 2022. Número muito diferente do obtido pela empresa no mesmo período do ano passado, quando teve um lucro líquido de R$ 81,5 milhões.
A queda de R$ 9,7 para R$ 8 aconteceu mesmo com a solidez mostrada pela companhia nos últimos anos no cenário macroeconômico.
Motivos para corte
Alguns dos motivos apresentados pelos analistas da corretora de investimentos são: exposição aos bens duráveis em meio a desaceleração da economia e o endividamento das famílias.
O número de brasileiros endividados no último ano chegou a 52,6%, estabelecendo o novo recorde para o país, superando os níveis alcançados em 2020 quando o Banco Central registrou um total de 43,9% de endividados no Brasil.
Este fator prejudicou não só o bolso dos cidadãos que ficaram com o nome sujo na praça, mas também os setores de serviços como um todo. Isso afetou diretamente o Magazine Luiza e o seu desempenho em vendas, principalmente em lojas físicas que representam a maior parte da receita da varejista.
Se não bastasse a dificuldade com as vendas feitas em lojas físicas, no online as disputas se acirraram nos últimos anos. Devido à pandemia, o marketplace começou a ganhar mais espaço entre os consumidores desde 2020.
Lojas situadas no ambiente virtual como Shopee e Amazon passaram a oferecer riscos para o Magalu nas vendas. Por isso, a corretora prega a cautela com relação ao preço-alvo da companhia.
Estes fatores fizeram com que o Magazine Luiza tivesse o seu preço-alvo reduzido outras vezes já. Em fevereiro deste ano a XP Investimentos também optou pela redução do preço-alvo da companhia, que na época ainda era de R$ 18 e passou a ser R$ 12. Agora, após o corte da Ativa, o preço-alvo está em R$8.
Magalu busca novas estratégias
Um caminho adotado pela varejista para reverter a queda das ações da companhia tem sido a aposta no seu marketplace. As vendas nos últimos dois anos subiram quase 150%, totalizando mais de R$ 10 bilhões.
A intenção do Magalu é capitalizar em cima do seu próprio marketplace que mais do que triplicou de tamanho nesses últimos dois anos em decorrência do aumento no número de vendas.
Com isso em mente, o Magazine Luiza vê a necessidade cada vez mais de ampliar a sua oferta de produtos no seu marketplace para servir de estratégia a fim de reconduzir as ações da companhia para a solidez característica.
Além disso, o Magalu tem adotado outros meios como estratégia a partir de agora. A varejista pretende integrar os seus ambientes de vendas ao ponto das lojas físicas se tornarem uma extensão das prateleiras virtuais.
Para isso ocorrer de uma maneira mais eficaz, a varejista está utilizando a Agência Magalu, que trabalha com drop-off, ou seja, os vendedores enviam o produto para um determinado ponto de entrega e os clientes retiram em uma das mais de 1 mil lojas habilitadas.
O serviço já está se popularizando no e-commerce do Magalu e atualmente representa 13% do total de entregas feitas pela companhia.
Aquisições
Ainda que a Ativa tenha cortado o preço-alvo do Magalu, ela ainda acredita que é possível a varejista recuperar isso nos próximos meses ou anos. Pensando nesse retorno à estabilidade, o Magazine tem feito algumas aquisições para melhorar a experiência do cliente dentro do seu marketplace.
A ideia do Magazine Luiza passa pela criação de um superapp que possa ampliar a oferta de produtos com novas categorias e entregas mais rápidas. Entre as aquisições recentes do varejista estão a Zattini, Netshoes, Estante Virtual, KaBuM! e VipCommerce.