Magazine Luiza (MGLU3) vai distribuir quase 17% do lucro em dividendos para acionistas
A ata de assembleia feita por seus investidores prevê uma distribuição maior de dividendos do que os 15% mínimos
Os acionistas da varejista Magazine Luiza acordaram nesta segunda-feira (18), em assembleia, o repassamento de R$ 100 milhões de reais, o que representa cerca de 17% do lucro total de 2021.
Apesar de não ter uma data estabelecida para a conclusão das transações, a quantia vai movimentar 2% do lucro a mais do que os 15% mínimos estabelecidos.
Assembleia dos acionistas
Os investidores da companhia decidiram por meio de uma assembleia geral ordinária a remuneração de 16,93% do lucro total da companhia do ano de 2021.
A quantia de lucro da empresa deste ano foi de R$ 590 milhões de reais.
Dessa forma, além de determinar o repassamento da quantia que beira os R$ 100 milhões de reais, também foram eleitos novos conselheiros. Eles foram divididos entre o Conselho de Administração e o Conselho Fiscal.
Essa medida, no entanto, não causou grandes mudanças nos quadros administrativos e fiscais do negócio.
O valor em questão já havia sido debatido em 2021, sendo aprovado em Junho deste ano. O pagamento foi estipulado para ser concluído em até 30 dias após a ata da assembleia geral ordinária de 2022.
A quantia restante dos R$ 590 milhões também foi dividida em reunião. Dessa maneira, foi decidido que R$ 14,4 milhões sejam destinados à reserva legal, R$ 175 milhões para a capital de giro e R$ 301,1 milhões para uma reserva que visa o incentivo fiscal.
Os 15% iniciais seguem o estatuto social da companhia, que exige que esse seja o valor mínimo de proventos pagos aos acionistas.
A média apontada para os últimos 5 anos é de R$ 164 milhões, totalizando cerca de R$ 821 milhões de reais.
Durante o ano de 2021, os acionistas da Magazine Luiza receberam, no total, R$ 27 milhões de reais em juros sobre o JCP, que são os Juros sobre Capital Próprio.
Lucros da Magazine Luiza em 2021
Apesar das quantias divulgadas, a Magazine Luiza foi uma das companhias que mais sofreram com os efeitos da pandemia.
Apesar de registar um aumento de 27,8% nas vendas de 2021, sendo 4,1% apenas entre outubro e dezembro, ela se deparou com uma diminuição da receita líquida total para o ano, encolhendo em 6,6%.
O lucro líquido da companhia também viu variações. Apesar de demonstrar um crescimento de 50,8% no consolidado do ano, ela teve uma queda de 57,6% no quarto trimestre de 2021.
A principal fonte de receita da companhia também foi afetada. Suas vendas físicas caíram cerca de 20% em 2021.
Em 2022, os principais fatores que afetam constantemente as empresas do ramo de varejo em geral é a alta na taxa de inflação e juros.
As métricas dos indicadores de inflação já preveem um ano difícil para a economia, com taxas já acima da meta estipulada para 2022.
Isso faz com que as varejistas registrem menos vendas, já que esses indicadores atuam principalmente no bolso do consumidor, e uma visão pessimista por conta dos acionistas.
Dessa forma, este é um dos setores mais afetados pelas mudanças dessas taxas.
Em Março de 2022, o índice IPCA registrou uma alta de 1,92%, o que representa a maior taxa do mês desde 1964.
Isso fez com que as companhias do setor fossem líderes em desvalorização, representando um grande prejuízo para as companhias.
Ações da MGLU3
A reunião, porém, não foi um fator que influenciou na precificação de seus ativos de maneira direta.
No fechamento da Bolsa de Valores desta terça-feira, a companhia registrou uma ligeira valorização de 1,02%, o que fez com que seu preço fechasse em R$ 5,96.
Porém, no período de 12 meses, a Magazine Luiza se deparou com uma grande desvalorização em seus ativos.
Nesse intervalo a companhia se deparou com uma queda de 72,47% no seu preço, o que representa uma diminuição de R$ 15,67 nas suas ações.