Marisa (AMAR3) fecha 88 lojas e conclui reestruturação; ações disparam
A alta supera os 11%, acmuluado do ano supera -30%
A varejista de roupas Marisa (AMAR3) anunciou durante a manhã desta segunda-feira (17) o fechamento de 88 lojas, dando conclusão ao seu plano de reestruturação.
Diante da medida, as ações da empresa decolaram durante as negociações de hoje, com ganhos que superam os 10%.
Marisa fecha 88 lojas
O fechamento das lojas físicas dá continuidade ao plano de reestruturação da companhia, segundo Fato Relevante divulgado no dia de hoje. Todas as unidades apresentaram caixa negativo durante o segundo trimestre deste ano.
Mesmo assim, a quantidade foi menor do que o projetado pela Marisa. Inicialmente, previa-se o desligamento de 92 lojas. Por apresentarem melhoras operacionais, que “deverão resultar em maior eficiência operacional”, alguns pontos puderam ser mantidos.
Para concluir a operação, a companhia confirmou o investimento de um total de R$ 44,5 milhões, quantia 16% abaixo do custo previsto.
Isso faz com que, segundo o documento, seja possível uma potencial captura de cerca de R$ 40 milhões em EBITDA (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) em 2023.
Para o ano de 2024, a empresa ainda projeta um EBITDA potencial de R$ 60 milhões ao ano.
Nas unidades que continuam abertas, 246 no parque atualizado, que “mantém a presença da Companhia em todos os estados da federação”, o foco da Marisa é em maximizar a produtividade e o resultado operacional, “com suporte do braço digital e inovações no modelo operacional”.
Ao NeoFeed, o CEO da empresa, João Pinheiro Nogueira Batista, afirmou que o processo de reversão de expectativas deve demandar tempo e “capacidade de execução”.
“Estamos encerrando essa primeira etapa dentro do cronograma e investimentos menos do que planejamos. Isso dá mais credibilidade para os próximos passos”.
Outras decisões
No documento publicado, a companhia ainda confirma a conclusão da primeira parte do processo de redução de SG&A (Despesas com Vendas, Gerais e Administrativas, na sigla em inglês), que viabiliza uma geração de caixa extra de R$ 35 milhões ao ano.
A geração pode ser possível através da “revisão de estrutura organizacional e ajuste do modelo operacional”.
Além disso, a Marisa também afirma que, ao longo do segundo semestre deste ano, outras despesas e serviços de terceiros também serão revisados. Isso deve, segundo o documento, “gerar uma economia adicional de pelo menos R$ 10 milhões por ano”.
Outra medida anunciada pela companhia foi o avanço do processo de renegociação de dívidas com fornecedores. A decisão, segundo informa a varejista, atingiu os 90% do total e 97% do total de dívidas com parceiros de revenda.
Já no andamento de renegociação de aluguéis, a empresa atingiu a marca de 80% de novos acordos com os proprietários dos imóveis.
“A execução bem-sucedida do plano de fechamento de lojas e de redução de despesas é um importante passo para o fortalecimento e sustentabilidade do negócio da Marisa”, conclui a varejista.
O documento foi assinado por Nogueira Batista, Diretor Presidente e de Relações com Investidores da Marisa.
Na última sexta-feira (14), a empresa ainda negou sua participação nos processos de falências requeridos pela SND Distribuição de Produtos de Informática S/A e Capital RS NP Fundo de Investimento em Direitos Creditórios Multissetorial .
A possível citação da empresa nos pedidos foi divulgada pela coluna “Movimento Falimentar”, do Valor Econômico.
Em comunicado, a empresa afirmou que só tomou conhecimento dos processos quando notificada pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) para esclarecer sobre o tema.
Ações decolam
Diante da conclusão do plano de reestruturação, as ações da Marisa (AMAR3) decolaram durante o pregão desta segunda-feira (17).
Seus ativos somaram às 14:50 horas (horário de Brasília) uma alta de 11,39%, aos R$ 0,88. Mesmo assim, a empresa acumula em 2023 uma desvalorização de 30,40%.