Méliuz (CASH3) deve descontinuar plataforma Alter   

Nesta terça-feira (21), o banco digital Méliuz anunciou que irá descontinuar sua plataforma focada em cripto ativos Alter, adquirida pouco menos de um ano atrás.

Dessa maneira, os usuários da fintech adquirida pela companhia poderão mover suas criptomoedas ou transformá-las em reais em outras carteiras, ou utilizando os serviços da própria Méliuz.

Descontinuação da Alter

A companhia anunciou o encerramento total das operações da Alter através de seu site oficial, destacando que as atividades da plataforma vão se encerrar no dia 06/08/2022.

No entanto, a descontinuação vai ocorrer de forma gradual. Em seu site, a Méliuz publicou um calendário, que detalha as datas em que seus serviços serão desligados.

Este processo começou no último dia 06 de junho, quando a companhia desligou a abertura de novas contas na Alter e, simultaneamente, depósitos na plataforma via boleto bancário. Uma semana depois, no dia 13 de junho, o criptoback, serviço em que o dinheiro de cashback vem convertido em criptomoedas, foi desligado.

A próxima etapa vai ocorrer no dia 7 de julho, e trará a desativação de depósitos de bitcoin e BRZ. Além disso, a função de comprar Bitcoins também será encerrada. 

Depois disso, no dia 28 de julho, o saque de bitcoin e BRZ será encerrado. Neste dia vai ocorrer, também, a conversão das criptomoedas remanescentes para reais.

Daí, a última etapa vai ocorrer no dia 6 de agosto, trazendo a desativação completa do aplicativo em conjunto às suas funcionalidades. Além disso, nesta data, todos os cartões relacionados à Alter também serão cancelados.

Após o anúncio da descontinuidade da plataforma, as ações da Méliuz apresentaram valorizações nesta quarta-feira (22). Seus papéis somaram às 14:31 horas (Horário de Brasília), uma alta de 7,69%, atingindo os R$ 1,26.

No entanto, no período de seis meses, a companhia apresentou uma desvalorização de 61,93%. Em um ano, a queda foi de 83,02%.

De acordo com a companhia, os clientes devem “optar por levar seus reais ou criptomoedas para outra conta ou carteira de sua titularidade ou para sua conta Méliuz gratuitamente”.

Assim, para a transferência de reais, basta criar uma nova chave Pix na conta vinculada à Méliuz e realizar o depósito. No caso de criptomoedas, os clientes devem aceitar o termo de consentimento através do aplicativo do Alter.

A aquisição da Alter que, na época, era apenas uma startup aconteceu em julho do ano passado, movimentando uma quantia de cerca de R$ 25,9 milhões.

Em Fato Relevante, a Méliuz disse que a compra da Alter tem como um dos principais objetivos trazer à empresa um time de desenvolvedores e empreendedores, “além do conhecimento em um segmento de negócios de alto crescimento que poderá contribuir como uma boa ferramenta de engajamento e atração de novos usuários para a Méliuz”.

Nesse período, a Alter já contava com a base de cerca de 110 mil clientes utilizando seus serviços de criptomoedas.

Incorporação da plataforma

Apesar de anunciar a descontinuação da plataforma voltada à criptomoedas nesta terça-feira, a incorporação já havia sido divulgada em março deste ano. Na época, o Conselho de Administração da Méliuz havia concordado com a incorporação das plataformas.

Além disso, em março, o banco digital já possuía um total de 99,67% do capital societário da Alter. No entanto, as companhias atuavam com bases societárias separadas, fazendo com que os 0,33% restantes fossem detidos por acionistas minoritários.

Dessa maneira, foram emitidas, também, 8,183 novas ações em troca dos ativos da Alter. A incorporação deu origem ao criptoback, que transforma o dinheiro do cashback automaticamente em criptomoedas.

A plataforma foi criada em 2018. No primeiro semestre deste ano, a negociação de cripto ativos na Alter já havia movimentado a quantia de R$ 184 milhões.