Meta (M1TA34) é multada em 390 milhões de euros pela União Europeia
A exibição de anúncios utilizando dados dos usuários foi a justificativa
Na última quarta-feira (4), a União Europeia (UE) aplicou duas multas, totalizando a quantia de 390 milhões de euros (o equivalente à US$ 410,6 milhões) à Meta (M1TA34), do bilionário Mark Zuckerberg.
De acordo com os reguladores do bloco econômico, a exibição de anúncios personalizados com base na atividade online de seus usuários representa uma violação de privacidade.
Meta é multada
A penalidade, que equivale a cerca de R$ 2,2 bilhões, foi imposta pela Comissão Irlandesa de Proteção de Dados (DPC). De acordo com o comunicado referente ao processo apresentado pela comissão, duas reclamações foram consideradas para constatar a irregularidade.
As reivindicações consideradas se originaram em maio de 2018, sendo uma contra o Facebook e a outra contra o Instagram. Elas foram apresentadas pela nyob, uma organização sem fins lucrativos localizada na Áustria, no mesmo período em que o GDPR (Regulamento Geral de Proteção de Dados) passou a vigorar no bloco econômico.
Elas alegam que a Meta, empresa controladora de duas das redes sociais mais utilizadas no mundo — o Facebook e o Instagram —, exigia que seus usuários aceitassem uma atualização dos Termos de Serviço. Caso contrário, os utilizadores não poderiam acessar as redes.
Dessa forma, além de multar a companhia (em € 210 milhões ao Facebook e € 180 milhões ao Instagram), os reguladores da União Europeia também proibiram a marca de Mark Zuckerberg de forçar os usuários de 27 nações da UE a concordar com a exibição de anúncios selecionados com base em seus dados de navegação online.
Conforme destacou a DPC em comunicado na última quarta, a Meta possui três meses para alinhar a exibição de publicidades com as regras da União Europeia.
A empresa do bilionário Zuckerberg, no entanto, diz não concordar com as penalidades estabelecidas pela UE.
Essa, no entanto, não é a primeira vez nos últimos meses em que a controladora foi multada pelo órgão fiscalizador do Bloco Econômico.
No mês de novembro do ano passado, a Meta já havia sido punida, também pelo DPC, em 265 milhões de euros (cerca de R$ 1,4 bilhão).
A multa foi imposta em função de uma violação de dados responsável por espalhar dados de milhões de usuários do Facebook.
Considerando que a maior parte da receita da companhia é originada da exibição de anúncios — cerca de US$ 118 bilhões no ano de 2021 —, a medida imposta pela UE pode interferir na saúde financeira da empresa, que vem enfrentando tempos difíceis: seus ativos somam uma desvalorização de 60,60% nos últimos 12 meses.
Meta se posiciona
Em um post no blog oficial da controladora das redes sociais, a Meta defendeu que seus parâmetros de processamento de informações para a exibição de anúncios estava alinhada com a GDPR.
Além disso, a empresa afirmou que iria recorrer às multas e à penalização em termos legais. “O Facebook e Instagram são inerentemente personalizáveis, e acreditamos que providenciar cada usuário com uma experiência única — incluindo os anúncios que ele vê — é uma parte essencial e necessária desse serviço”.
Ela destaca, também, que houve uma “falta de clareza regulatória” em relação à política que as empresas devem seguir para exibir determinados anúncios, e que discorda “fortemente” das decisões.
“Acreditamos fortemente que nossa abordagem respeita a GDPR, e estamos, portanto, desapontados pelas decisões. Pretendemos recorrer tanto à base das decisões quanto às multas”.
Diante do acontecido, as ações da Meta (M1TA34), controladora do Facebook, Instagram e Whatsapp, caíram no pregão desta quinta-feira (5).
Seus ativos somam uma desvalorização de 0,20% às 15:34 horas (horário de Brasília), atingindo os R$ 24,38.
Nos últimos seis meses, seus papéis despencaram em 24,32%.