Musk dá ultimato em funcionários do Twitter sobre permanência na nova fase da plataforma
“Para construir um Twitter 2.0 inovador e ter sucesso em um mundo cada vez mais competitivo, precisaremos ser extremamente hardcore”, disse o CEO
Em mais uma de suas ações dentro do Twitter, na madrugada desta quarta-feira (16), Elon Musk encaminhou um e-mail aos seus funcionários dando um ultimato, eles têm o prazo até a noite desta quinta-feira para decidirem se querem continuar trabalhando na empresa em novas condições, ou se preferem sair e receber uma indenização que corresponde a três meses de pagamento.
Quem optar por continuar, deve clicar em um link que confirma que “você quer fazer parte do novo Twitter” até quinta-feira à noite, no horário de Nova York. Quem não houver clicado no link até o prazo limite será demitido e receberá a indenização.
“Seja qual for a decisão que você tomar, obrigado por seus esforços para tornar o Twitter bem-sucedido”, diz a mensagem do bilionário, segundo o jornal americano The Wall Street Journal.
Twitter 2.0
Uma cópia da mensagem, publicada pelo The Washington Post, foi vista pela Reuters. Uma fonte que recebeu a mensagem na plataforma de mídia social confirmou seu conteúdo.
“No futuro, para construir um Twitter 2.0 inovador e ter sucesso em um mundo cada vez mais competitivo, precisaremos ser extremamente ‘hardcore’, afirma a mensagem de Musk. “Isso significará longas horas em alta intensidade. Somente um desempenho excepcional constituirá uma nota de aprovação.”
Musk disse que o Twitter será “muito mais orientado para a engenharia” sob sua liderança, acrescentando que “aqueles que escrevem ótimos códigos constituirão a maioria de nossa equipe e terão maior influência”.
Em uma de suas primeiras reuniões com os profissionais do Twitter, o bilionário usou a mesma expressão, afirmando que é algo que funciona em suas outras empresas, “o que dá certo na SpaceX e na Tesla é as pessoas estando dentro do escritório e sendo hardcore.
Tempos difíceis
O email segue a sucessão de um memorando encaminhado por Musk na semana passada (9) em seu primeiro contato direto com os funcionários, no qual ele alertou para “tempos difíceis à frente” e sobre os “terríveis” desafios econômicos enfrentados pela empresa, em que a falência é uma possibilidade.
O empresário também instituiu o fim do home office, que passou a vigorar imediatamente e ficou determinado que os funcionários trabalhassem em regime presencial por, no mínimo, 40 horas semanais.
Além de ter banido o “dia de descanso” remunerado uma vez por mês, criado durante a pandemia, e a folga mensal, em mais um sinal de remodelação da cultura de trabalho da plataforma.
Musk disse que não tinha como suavizar as medidas sobre as perspectivas econômicas do Twitter, empresa cuja principal fonte de receita é a publicidade digital.
Demissões em massa
O Twitter demitiu metade de sua força de trabalho no início deste mês, logo depois que Musk assumiu o controle da empresa de mídia social no final de outubro. O bilionário criticou os gastos e a cultura de trabalho da empresa e disse que a companhia precisa de grandes cortes de custos.
Musk justificou as demissões através de um post, alegando que a rede social estava perdendo publicidade por conta de ativistas.
“O Twitter teve uma queda massiva em receita, devido aos grupos de ativistas fazendo pressão em anunciantes, mesmo que nada tenha mudado com moderação de conteúdo e que tenhamos feito tudo o que pudemos para apaziguar os ativistas. Totalmente zoado! Eles estão tentando destruir a liberdade de expressão nos Estados Unidos”, dizia o tuíte.
Na semana passada, a chefe de segurança da informação do Twitter, Leah Kissner, informou, via Twitter, que está deixando a empresa. Kissner ingressou no Twitter no ano passado como chefe de engenharia de privacidade e foi nomeada diretora de segurança da informação em janeiro. O diretor de privacidade Damien Kieran, e a diretora de conformidade Marianne Fogarty também deixaram seus postos.