Natura (NTCO3) tem prejuízo de R$ 643 milhões no primeiro trimestre; alta de 314%
Empresa divulgou seus resultados confirmando cenário negativo mostrado em suposto vazamento
A Natura & Co (NTCO3) divulgou nesta quinta-feira, (5), os seus resultados referentes ao primeiro trimestre de 2022. De acordo com o balanço, o prejuízo líquido da empresa neste período cresceu mais de quatro vezes em comparação com o ano passado.
A empresa de cosméticos brasileira é uma das maiores do setor e conta com lojas espalhadas por diversos lugares pelo mundo. No entanto, isso não foi suficiente para conter o prejuízo no trimestre.
Além da própria Natura, a companhia ainda possui mais três marcas sob seus comandos, a Avon, The Body Shop e Aesop, todas voltadas também para esse mundo dos cosméticos e estética.
Resultados da Natura&Co
Na penúltima semana do mês de abril, a Natura foi impactada com um possível vazamento de dados que trouxe à tona diversos rumores e artigos acerca dos resultados deste semestre.
Este movimento fez com que a empresa lançasse no dia 21 de abril um comunicado ao mercado a fim de esclarecer os rumores criados. Além dos esclarecimentos, a empresa também divulgou no mesmo documento seus resultados preliminares.
Mesmo com o comunicado as ações da empresa despencaram no dia caindo cerca de 15%.
A expectativa da Natura&Co de ter uma receita líquida entre R$ 8,2 bilhões e R$ 8,25 bilhões se confirmou após o anúncio dos dados oficiais e auditados. Ainda assim, a receita consolidada de R$ 8,25 bilhões não foi suficiente para se equiparar ao mesmo período do ano passado.
Com isso houve uma queda de 12,7% no faturamento da companhia durante os três primeiros meses do ano.
Entre as marcas do grupo, a The Body Shop foi a que mais apresentou queda na receita, com 22,9%. Logo atrás dela vem a Avon com 22,1%. Por outro lado, a Aesop teve um aumento nas suas receitas de 9,6%.
Assim como a receita líquida, os números preliminares para o Ebitda também foram atingidos. No último mês, a previsão da companhia era de que a margem ficasse entre 7 e 7,3% e o Ebtida ajustado para o 1T22 ficou em 7,2%.
Durante o primeiro trimestre do ano passado o indicador somou cerca de R$ 963,2 milhões e com a redução da margem ficou em R$ 595,9 milhões.
A diminuição do Ebitda causou efeitos na empresa, fazendo com que a Natura&Co registrasse um prejuízo líquido de R$ 643 milhões, cerca de 314% maior do que o apresentado no ano passado (R$ 155,2 milhões).
Motivos
No relatório divulgado pela Natura&Co, a companhia apresentou algumas justificativas para a redução nos números obtidos neste trimestre, entre eles o aumento da inflação e a crise causada pelos efeitos da guerra.
Além disso, a transformação que a Avon vem passando na sua marca afetou os números. As pressões de custo e a desalavancagem de vendas tanto da The Body Shop quanto da Avon na América Latina afetaram o Ebitda do grupo.
De um modo geral a pandemia também teve influência nessa queda. As vendas de Moda & Casa diminuíram cerca de 32% no período, com influência do leque de opções que surgiu após a reabertura do varejo.
Vendas
De acordo com a Natura&Co, a tendência para os próximos trimestres é de que as vendas aumentem exponencialmente devido a flexibilização da pandemia, o maior índice de vacinação e a redução das restrições.
No consolidado, as vendas online representaram 50,8% do total de vendas da companhia durante este trimestre, um aumento com relação ao apresentado no ano passado, quando alcançou 47,7%.
Segundo o relatório, a The Body Shop foi a marca com mais participação nas vendas, chegando em 27,5% do total, seguida pela Aesop com 23,5%, Natura com 7,6% e Avon 3,4%.