Expectativa por novo arcabouço no Congresso, declarações de Lula e o que mais importa no mercado
Neste início de semana mais curta devido ao feriado de Tiradentes na próxima sexta-feira (21), o mercado brasileiro deverá ficar atento principalmente ao envio do novo arcabouço fiscal ao Congresso. De acordo com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, a proposta tem até mesmo chances de ser entregue nesta segunda (17), mas o governo não confirmou até o momento.
Segundo o presidente da Câmara – uma das Casas em que o texto deverá passar nas próximas semanas – Arthur Lira, a proposta não deve encontrar resistências pelo caminho e poderá ser aprovada “sem dificuldades”. Durante entrevista à BandNews, Lira afirmou que o arcabouço deverá ser votado em no máximo três semanas.
2. Falas de Lula geram incômodo nos EUA
Depois de uma série de compromissos oficiais na China nos últimos dias, a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou ao fim neste final de semana, mas não antes de as declarações do presidente chamarem a atenção no Brasil e no exterior. O tema em questão foram as críticas de Lula à condução dos Estados Unidos em meio a guerra entre Rússia e Ucrânia.
As falas não foram bem recebidas na Casa Branca e até mesmo causaram surpresa entre os norte-americanos, devido a boa relação entre os presidentes do Brasil e dos Estados Unidos, Joe Biden. Neste domingo, Lula voltou ao assunto ‘guerra’ durante compromissos em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, alegando que a Ucrânia também teve responsabilidade no início do conflito.
Ao longo da sua agenda nos Emirados, Lula se reuniu com o xeique Mohammed bin Zayed al-Nahyan para a assinatura de uma série de acordos para estabelecer relações bilaterais entre as partes em temas como mudança climática, energias renováveis, entre outros temas voltados para tecnologia.
3. Projeções para inflação superam os 6%
Nesta manhã, o Banco Central divulgou mais uma edição do seu relatório semanal, o Boletim Focus, que traz novos números a respeito da situação econômica do país e dos seus principais indicadores. O documento apontou para a terceira alta consecutiva nas projeções de inflação em 2023 e dessa vez superando a barreira dos 6%, elevando as estimativas do IPCA de 5,98% para 6,01%. O ritmo acelerado também foi apontado nos números para 2024, que subiram de 4,14% para 4,18%.
O relatório semanal também trouxe novas atualizações para o Produto Interno Bruto (PIB), as projeções de crescimento econômico este ano sofreram um recuo, caindo de 0,91% para 0,90%. E depois de oito semanas estagnadas, as projeções do Banco Central para a taxa básica de juros sofreram um corte nesta segunda. O relatório apontou para um recuo da Selic, de 12,75% para 12,50% ao ano.
4. Agenda da semana
Em uma semana mais curta, alguns eventos econômicos importantes estão agendados para acontecer. O primeiro deles é a divulgação do PIB da China, que será apresentado na noite desta segunda, sob a expectativa de um novo avanço. No Brasil, o início da semana também terá a divulgação do IBC-Br, índice considerado como a prévia do PIB brasileiro.
Por aqui, a semana também marcará o início da temporada de balanços, com os resultados da Romi (ROMI3) e da Usiminas (USIM3). No exterior, as novas leituras para a inflação no Reino Unido e na zona do euro também estão entre os destaques.
5. CVM vê possíveis crimes da Binance no Brasil
A semana no mercado das criptomoedas também será movimentada, com destaque principalmente para o caso envolvendo a exchange Binance, que está sendo alvo de investigações da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no Brasil. As suspeitas são de que a Binance possa ter cometido “crimes de ação penal pública”.
O comunicado foi enviado à Procuradoria da República no Estado de São Paulo no final do mês de março e alega que há indícios de que a maior exchange de criptomoedas do mundo possa ter praticado crimes contra o sistema financeiro nacional e infringido a legislação que dispõe sobre o mercado de valores mobiliários. Até o momento, nem a Procuradoria, nem a Binance deram maiores detalhes sobre o ocorrido.