Papéis da Americanas (AMER3) sobem após varejista apresentar plano de recuperação judicial – ESTOA

Papéis da Americanas (AMER3) sobem após varejista apresentar plano de recuperação judicial

O plano viabiliza um aporte de R$ 10 bilhões, além da venda de um avião da empresa e outros bens e ativos


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A Americanas (AMER3) apresentou nesta segunda-feira (20), seu plano de recuperação judicial. O processo foi iniciado em 19 de janeiro pela companhia e visa sanar uma dívida de cerca de R$ 43 bilhões. 

Após a divulgação, as ações da varejista abriram em alta nesta terça-feira (21), a (AMER3) subiu 5,5% a R$ 1,14, por volta das 13h15. Analistas avaliam que a apresentação da proposta é positiva, contudo destaca que o plano ainda deve sofrer alterações. 

Mesmo diante do avanço dos papéis, a baixa acumulada no ano é de mais de 90%.

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Plano de recuperação judicial

O plano de recuperação judicial, que foi encaminhado à Justiça do Rio de Janeiro, também atualizou a dívida para aproximadamente R$ 50 bilhões, que estava contabilizado 

em R$ 42,5 bilhões em fevereiro. A recuperação judicial em comento é a 4ª maior do Brasil.

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Como foi anunciado anteriormente, o plano da varejista inclui um aporte de R$ 10 bilhões por parte dos seus principais acionistas, os empresários Marcel Telles, Beto Sicupira e Jorge Paulo Lemann.

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“Os acionistas de referência da companhia já anunciaram sua intenção de apoiar o aumento de capital, como parte do plano de recuperação judicial, oferecendo uma garantia firme de subscrição e integralização para a totalidade dos recursos, ainda pendente de formalização”, segundo comunicado divulgado pela empresa.

O plano entregue à 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro também inclui medidas como vendas de ativos, leilão reverso e reestruturação do passivo.

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Analistas avaliam plano apresentado como positivo para a Americanas / Foto: Reprodução

Entre as propostas, estão as vendas de um avião da empresa, avaliado em mais de R$ 40 milhões, e das participações na Hortifruti Natural da Terra e no Grupo Uni.Co, que foi adquirido em 2021, responsável por operar franquias como Puket e Imaginarium. 

A Americanas disse que espera arrecadar cerca de R$ 2 bilhões com a venda de bens. O valor será usado estritamente para amortização da dívida. 

De acordo com comunicado, “com isso, a companhia pretende reduzir seu endividamento a mercado, pós-reestruturação, para R$4,9 bilhões”.

Uma outra proposta que também está listada no plano para pagar credores é a emissão de debêntures simples (títulos da dívida) no valor de até R$ 5,9 bilhões e de debêntures conversíveis em ações.

A companhia informou que o plano de recuperação judicial segue em discussão e está sujeito a revisões e ajustes.

O prazo proposto para pagamento dos credores irá variar de acordo com o tipo e valor. Os processos trabalhistas, também os de micro e pequenas empresas, por exemplo, devem ser pagos em até 30 dias depois que o plano for homologado. 


Com o pedido aceito, as eventuais ações judiciais de dívidas são paralisadas por 180 dias e a empresa deverá apresentar uma proposta que inclua formas de pagamento aos credores e uma reorganização administrativa, evitando que o cenário se agrave e chegue a situação de falência. 

Opinião dos analistas

A Genial Investimentos avaliou que, se o plano for aprovado pela maior parte dos credores, as dívidas da empresa serão substituídas pelas novas condições acordadas. Também pontuou que a justiça acompanha o plano de recuperação pelos próximos dois anos.

“A empresa estava trabalhando para cumprir o prazo estabelecido e as cifras apresentadas podem não refletir as negociações mais recentes”, afirmaram os analistas da Genial.

A Guide Investimentos destacou que “acreditamos que o impacto do anúncio do plano é marginalmente positivo para a Americanas. A capitalização de R$ 10 bilhões está abaixo do pedido pelos bancos credores, mas acima da proposta inicial de R$ 6 bi e tem boas chances de ser aceita, acelerando o plano de recuperação. Contudo, o desconto elevado nas dívidas, incluindo fornecedores, deve manter a posição competitiva da empresa muito abaixo de seus concorrentes”.