Papéis da Petrobras (PETR3;PETR4) chegam a cair 4% após fala de ministro sobre mudança na política de preços – ESTOA

Papéis da Petrobras (PETR3;PETR4) chegam a cair 4% após fala de ministro sobre mudança na política de preços

A estatal prestou esclarecimento ao mercado afirmando que não recebeu nenhuma proposta do Ministério das Minas e Energia a respeito da alteração da Política de Preços


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Nesta quarta-feira (5), as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) chegaram a bater perdas de 4%, após o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmar em entrevista ao GloboNews que haverá mudança na política de preços dos combustíveis praticada pela estatal.

“É um verdadeiro absurdo”, disse Silveira, a respeito da política de preços da Petrobras, que hoje está vinculada à flutuação do valor praticado no mercado internacional (por meio do Preço de Paridade de Importação, o PPI).

Ibovespa opera em queda após ministro defender mudanças na Petrobras 

A queda dos papéis da estatal foram amenizadas durante à tarde, às 13h08 (horário de Brasília), os ativos PETR3 tinham baixa de 1,43%, a R$ 26,97, enquanto PETR4 tinha queda de 1,61%, a R$ 23,88.

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Na mínima do dia até aqui, o Ibovespa, principal indicador do desempenho das ações negociadas na bolsa de valores brasileira caiu para 99,8 mil pontos. A máxima foi de 101,9 mil.

De acordo com o ministro, a empresa passará a levar em conta o mercado nacional. Ele afirmou ainda que a medida deve provocar redução entre R$ 0,22 e R$ 0,25 no preço do diesel. 

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Petrobras presta esclarecimento ao mercado/Foto: Reprodução

Ele apontou também que a Petrobras vai voltar a ter função de amortecimento para diminuir o impacto de crises internacionais no preço dos combustíveis nas refinarias brasileiras. 

 “A Petrobras vai continuar sendo respeitada na sua governança, vai continuar sendo respeitada na sua natureza jurídica. Mas nós vamos exigir da Petrobras, como controladores da Petrobras, que ela respeite o povo brasileiro. Que ela cumpra, o que está na Lei das Estatais, na Constituição Federal, com a sua função estatal, que é criar um colchão de amortecimento nessas crises internacionais de preço dos combustíveis”, disse.

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O atual presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, que tomou posse em janeiro, já afirmou por diversas vezes que deixará de seguir o indicador de paridade de importação, já que não existe nada escrito que obrigue a empresa a seguir essa prática, mas sem se desconectar dos preços internacionais.

Em evento realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), no último dia 23, Prates reafirmou que sempre que possível a Petrobras vai praticar o preço do mercado brasileiro, uma soma da produção interna com a importada, e voltou a criticar a política de paridade com a importação, na qual foi rejeitada pela nova gestão.

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Petrobras reduz perdas ao prestar esclarecimento ao mercado

Em nota, a Petrobras prestou um esclarecimento ao mercado no início da tarde, reiterando o compromisso com a prática de preços competitivos e em equilíbrio com o mercado nacional, “ao mesmo tempo em que evita o repasse imediato das volatilidades externas e da taxa de câmbio causadas por eventos conjunturais”.

A estatal disse ainda que não recebeu nenhuma proposta do Ministério das Minas e Energia a respeito da alteração da Política de Preços, e afirmou que quaisquer propostas recebidas nesse sentido pelo acionista controlador serão comunicadas oportunamente ao mercado, e conduzidas pelos mecanismos habituais de governança interna da companhia.

“A companhia reitera que ajustes de preços de produtos são realizados no curso normal de seus negócios, em razão do contínuo monitoramento dos mercados, o que compreende, dentre outros procedimentos, a análise diária do comportamento de nossos preços relativamente às cotações internacionais, o seu market share, dentre outras variáveis”, afirmou.

O analista da Top Gain, Sidney Lima, aponta que “algumas preocupações ainda seguem no radar, porque ao desancorar o preço dos combustíveis com o mercado internacional e o petróleo, a empresa pode no médio prazo sofrer caso exista uma alta considerável da commodity”, avalia.

“Um dos motivos é que a empresa não é autossuficiente na capacidade de refino, obrigando a empresa a importar alguns compostos e derivados que seguirão sendo precificados conforme os parâmetros internacionais”, conclui.