Peste suína na China impulsiona ações de frigoríficos brasileiros – ESTOA

Peste suína na China impulsiona ações de frigoríficos brasileiros

Analista do Itaú BBA afirma que “ainda é muito cedo para ficarmos otimistas com esta notícia”


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Nesta quinta-feira (16), as ações dos frigoríficos brasileiros abriram a sessão em alta, em meio a relatos de infecções de peste suína na China, o que pode ocasionar redução na produção de suínos do país e aumentar a demanda para os produtos brasileiros. 

Às 13h45 (de Brasília), as ações da JBS (JBSS3) subiam 5,71%, a R$20,35, enquanto as da Marfrig (MRFG3) tinham alta de 5,24%, a R$7,22. Os papéis da Minerva (BEEF3) apresentavam valorização de 2,98%, a R$11,42, enquanto os da BRF (BRFS3) estavam em elevação de 3,14%, a R$6,90.

Peste suína africana na China

Segundo a Reuters, na última quarta-feira (15) a China relatou alguns casos da chamada peste suína africana (PSA) após o feriado do novo ano Chinês em janeiro. 

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A PSA é uma doença infecciosa que possui alta taxa de mortalidade e, fez com que o gigante asiático sofresse em outros momentos com essa disseminação, ocasionando um forte recuo tanto no rebanho, quanto na produção suína, elevando o preço da carne no mercado.

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Não transmissível pela ingestão da carne contaminada, a peste suína africana pode levar o porco à morte, por isso o grande potencial de redução desta carne na China ainda este ano.

“A doença, conhecida por extinguir aproximadamente 30% da produção de carne suína na China durante o último surto entre os anos de 2019 e 2020, tem uma alta taxa de mortalidade e foi um dos eventos mais transformadores no comércio global de proteínas na história recente”, comentou Itaú BBA, em relatório.

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A China é o maior produtor e consumidor de suínos do mundo. Tendo a proteína como base da alimentação, o que traz uma grande pressão sobre o mercado.

Analistas afirmam que ainda é muito cedo para assumir consequências da pandemia de PSA 2019/Foto: Reprodução

Analistas relatam que a China levou cerca de quatro anos para recuperar sua produção de carne suína aos níveis pré-PSA. Em 2018 e 2019, o surto da doença ocasionou a morte de milhões de porcos e levou a um declínio dramático na produção da carne.

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Na época, a produção de carne de porco no país caiu 11 milhões de toneladas, e só retornou ao seu nível em 2022, mas os preços da proteína na região permaneceram altos ao longo dessa recuperação.

Analistas afirmam que ainda é cedo para avaliar os impactos de PSA

Mesmo com o histórico preocupante, analistas do BBA acreditam que é muito cedo para assumir que haverá consequências semelhantes às da pandemia de PSA de 2019. 

Segundo o analista Gustavo Troiano, a doença extinguiu cerca de 30% da produção de carne suína na China durante o último surto em 2019-20 e “foi um dos eventos mais transformadores no comércio global de proteínas na história recente”.

Troiano afirma que ainda é cedo para avaliar se os impactos serão semelhantes ao último surto. Isso porque, segundo o banco, o fluxo restrito de notícias atual pode indicar que este é um surto controlado.


“Embora pareça justo supor que este será um tema quente de discussão entre os investidores, se confirmado, temos motivos para acreditar que os impactos serão mais brandos do que foram durante o último surto de PSA no país, e não prevemos grandes mudanças para as empresas de proteína sob nossa cobertura por enquanto”, completa.

Caso haja intensificação do surto, o Itaú BBA mantém preferência por recomendações exportadoras de carne bovina, e não carne suína ou de aves, tendo como destaques JBS e Minerva. 

O analista relembra que os preços das aves em 2019 enfrentaram uma queda rápida após os ajustes acelerados na oferta global. 

Por isso, “acreditamos que é muito cedo para ficarmos otimistas com esta notícia, mas ambas as teses de investimento são sólidas, a nosso ver, e preferimos considerar este surto de PSA como um risco ascendente neste momento” finaliza.