Petróleo fecha em queda, pressionado por dólar e com BCE e China no radar
Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda, nesta quinta-feira, pressionados pelo avanço do dólar ante rivais, em meio à queda do sentimento de risco após o Banco Central Europeu (BCE) confirmar os planos de subir juros em julho e setembro.
Além disso, investidores estão com temores renovados diante de novos lockdowns na China.
O petróleo WTI para julho registrou queda de 0,49% (US$ 0,60), a US$ 121,51 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex). Já o Brent para agosto caiu 0,41% (US$ 0,51), a US$ 123,07 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
Apesar de manter os juros inalterados, o BCE sinalizou que deve aumentar as taxas em julho e setembro. Para a Capital Economics, a instituição apertará em 25 pontos-base em sua reunião de julho, e, provavelmente, em 50 pontos-base em setembro.
Já o ING comenta que a postura hawkish do BCE, em especial de sua presidente, Christine Lagarde, em coletiva após decisão monetária hoje, pode se provar “prematura”. De acordo com o banco, a economia da zona do euro corre risco de entrar em recessão.
Na Ásia, investidores monitoram a volta de temores com a demanda chinesa.
Michael Hewson, analista-chefe da CMC Markets, destaca que o otimismo do início da semana sobre a queda das restrições na China dá lugar “à realidade de que a estratégia de zero covid-19 significará que qualquer recuperação na segunda maior economia do mundo será mais difícil”.
A balança comercial chinesa mostrou superávit de US$ 78,8 milhões em maio, acima da expectativa dos analistas. No entanto, a Capital Economics, prevê perda de fôlego adiante, com ventos contrários à atividade, como lockdowns para conter a covid.
Covid-19 na China
O distrito de Minhang, em Xangai, começará uma nova rodada de testes de covid-19 neste sábado e autoridades determinaram que as pessoas devem ficar em casa durante esse período, segundo a agência Dow Jones Newswires.
A Reuters, por sua vez, informa que o alerta para o vírus ocorria não apenas em Xangai, mas também em Pequim.
“Qualquer fraqueza que surja para o petróleo provavelmente terá vida curta, pois esta será uma das temporadas de condução mais movimentadas de todos os tempos.
A demanda reprimida por férias e viagens será antecipada e a demanda por petróleo bruto será robusta, mesmo que os preços do gás subam para US $ 6 por galão”, pondera Edward Moya, da Oanda.
Na esteira da guerra na Ucrânia, o Grupo dos Sete (G7) está discutindo a possibilidade de recorrer a seguradoras para impor um limite nos preços de petróleo da Rússia.
Remessas de petróleo russo geralmente são seguradas por empresas da UE ou do Reino Unido, e as autoridades estão explorando a possibilidade de essas seguradoras cobrirem apenas remessas de petróleo russo para países não europeus que se enquadram no preço máximo, segundo pessoas familiarizadas com as discussões.
*Com Estadão Conteúdo