Receita da Xiaomi cai após avanço da Covid-19
O avanço do vírus na China prejudicou seu estoque de componentes
A companhia chinesa Xiaomi (HKG: 1810) divulgou nesta quinta-feira (19) seu balanço trimestral. Dentre os dados publicados, a companhia afirmou que os conflitos e a alta da Covid-19 prejudicaram seu desempenho.
Dessa maneira, a companhia apresentou uma baixa na sua principal área de atuação, as vendas de smartphones ao redor do mundo.
Primeiro trimestre da Xiaomi
Em seu relatório trimestral a companhia apresentou uma queda em sua receita para o período. Durante os primeiros três meses do ano, a empresa apresentou ¥ 73,351 bilhões (iuanes), o equivalente a R$ 53 bilhões de receita, encolhendo em 4,6% na comparação anual (¥ 76,882 bilhões, representando R$ 56 bilhões) e em 14,3% ante o 4T21 (¥ 85,575 bilhões, equivalente a R$ 62 bilhões).
O lucro bruto da Xiaomi foi de ¥ 12,709 bilhões (R$ 8 bilhões), uma queda de 10,2% em relação ao mesmo período no ano passado (¥ 14,161 bilhões, equivalente a R$ 10 bilhões) e de 13,3% na comparação trimestral (¥ 14,659, representando R$ 10,6 bilhões).
Segundo a companhia, os principais fatores que contribuíram para a queda em seus lucros foram os conflitos envolvendo a Rússia e a Ucrânia, que abalou os preços das commodities em todo o mundo e reduziu a disponibilidade de componentes, e o “ressurgimento” da Covid-19 na China e em Hong Kong.
Esta segunda fez, ainda, com que a saída de produtos dos países fossem abaladas. O surto da doença fez com que suas exportações fossem imediatamente interrompidas, abalando a principal área de atuação da companhia.
A Xiaomi afirmou, ainda, que os conflitos e o surto de Covid-19 ainda devem gerar impactos no segundo trimestre, pressionando as receitas para esse período do ano.
Segundo a companhia, “a queda na disponibilidade de componentes-chave, o ressurgimento da Covid-19, e os ventos macroeconômicos contrários afetaram a demanda e a produção do mercado de smartphones.”
Vendas da companhia
No primeiro trimestre, a companhia se deparou com uma taxa de exportação de smartphones de 38,5 milhões de unidades, queda de 22,1% na comparação anual (49,4 milhões).
Nesse período, o mercado estrangeiro foi responsável por somar uma quantia de ¥ 37,5 bilhões (R$ 27 bilhões), representando 51,1% de todas as suas vendas. Dessa forma, a companhia também foi a terceira companhia que mais teve participação no comércio de smartphones, com um market share (participação no mercado) de 12,6%.
Nas compras online, a Xiaomi foi a empresa líder em distribuição de smartphones em sua terra natal, a China, com uma participação de mercado de 32,3%.
Nesse documento, a companhia também relatou que os avanços tecnológicos continuam sendo de extrema importância para a Xiaomi. Dessa maneira, durante os três primeiros meses de 2022, ela destinou ¥ 3,5 bilhões (R$ 25 bilhões) para o desenvolvimento tecnológico, uma alta de 16% em relação ao primeiro trimestre do ano passado.
Negociadas na bolsa de Hong Kong, após o anúncio de seu balanço trimestral, as ações da Xiaomi apresentaram nesta quinta-feira (19) uma queda. Dessa maneira, seus ativos somaram às 05:08 horas (Horário de Brasília) uma desvalorização de 4,95%, atingindo os 11,08 HKD (o equivalente a R$ 6,90).
Além disso, também é dito que o avanço da Covid-19 na China e em Hong Kong afetou o consumo e a demanda gerais pelos seus produtos. A companhia afirmou que este fator afetou as operações normais e o tráfego em suas lojas físicas.
No entanto, o meio físico fez avanços nas vendas dos chamados “smartphones premium”, apresentando uma alta de 50% nesse tipo de mercado na China.
Também foi dito que o mercado de produtos lifestyle quase não foi afetado pelas condições citadas pela companhia, somando uma quantia de ¥ 19,5 bilhões (R$ 14 bilhões), uma alta de 6,8% na comparação anual.