Reuniões de Copom e Fed, plano da Americanas e o que mais movimenta o mercado hoje
Depois de uma longa expectativa, o mercado financeiro está perto de conhecer a nova decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) a respeito da taxa básica de juros, a Selic. A instituição dá início à reunião para definir os juros do país na manhã desta terça-feira (21) em meio às expectativas do governo e do mercado para um possível corte.
As chances do Comitê de Política Monetária (Copom) anunciar um corte nesta quarta, no entanto, são mínimas e o BC deverá manter a Selic no mesmo patamar de 13,75%. Apesar disso, a crise no setor bancário global e o novo arcabouço fiscal que está prestes a ser anunciado, podem impactar para uma redução a partir da reunião de maio.
Nos Estados Unidos, a véspera da ‘Super Quarta’ também marca o início da reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC). A expectativa do mercado é de que o Federal Reserve anuncie nesta quarta um novo aumento nos juros, na ordem de 0,25 ponto percentual, mesmo que exista a remota possibilidade de uma estagnação no atual patamar como resposta à crise bancária após o caso do SVB.
2. Arcabouço fiscal em fase final
Na última sexta-feira (17), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou a proposta do novo arcabouço fiscal para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que pediu que o ministro mostrasse o texto a parlamentares e economistas, antes de tornar pública a nova regra fiscal.
Nesta segunda, Haddad teve reuniões com os presidente do Senado e da Câmara, que receberam de forma positiva a ideia, dando sinais de que o novo arcabouço fiscal está por detalhes de ser anunciado. A expectativa inicial do ministro era apresentá-lo antes da reunião do Copom, porém o prazo é curto e uma definição teria que acontecer até o final da tarde de amanhã.
3. Americanas entrega plano de recuperação judicial
Ao final da noite desta segunda-feira (20) a Americanas divulgou em fato relevante ao mercado e aos seus acionistas a primeira versão do seu plano de recuperação judicial da Americanas. Depois de entrar em RJ, a companhia tinha como prazo máximo para esta apresentação o próximo dia 22.
Como forma de angariar fundos para o pagamento da sua dívida superior aos R$ 43 bilhões, a Americanas garantiu um aporte financeiro do trio de acionistas de referência da empresa, Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles, além da possibilidade de venda de inúmeros ativos como o hortifruti Natural da Terra, a Uni.co (Imaginarium, Puket) e até mesmo o seu jatinho corporativo.
4. Ibovespa vai na contramão do exterior e fecha em queda
Após um mês de janeiro promissor, o principal índice da bolsa de valores brasileira, o Ibovespa vem acumulando uma forte sequência de quedas desde meados de fevereiro, e nesta segunda, o Ibovespa voltou para a casa dos 100 mil pontos, após recuar 1,04%, indo na contramão do exterior.
O dia nos mercados internacionais foi relativamente tranquilo após a aquisição do Credit Suisse por parte da UBS, que levou as principais bolsas norte-americanas (Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq) a fecharem positivas. Por aqui, o desempenho da Petrobras (PETR4) e falas do presidente Lula a respeito de investimentos fizeram com que a bolsa encerrasse no negativo.
5. Decisões do Fed trará consequências ao Bitcoin
Na última semana o Bitcoin teve o seu melhor desempenho em sete dias depois de muito tempo, com subidas que levaram a criptomoeda para além da casa dos US$ 28 mil, patamar que não era alcançado desde junho do ano passado, mas agora o mercado cripto se atenta a reunião do Fed para definir os juros.
O sentimento dos investidores é misto, e aponta tanto para um novo aumento, rompendo a marca dos US$ 29 mil, como para uma ligeira queda, voltando para os US$ 25 mil. O desempenho dependerá de qual postura o Federal Reserve irá adotar com relação aos juros amanhã.