Tesla (TSLA34) demite pelo menos 200 funcionários na Califórnia

Nesta terça-feira (28), cerca de 200 funcionários da montadora de carros elétricos Tesla (TSLA34), do bilionário Elon Musk, foram demitidos.

Além disso, com a rodada de demissões, a companhia teve de fechar um escritório inteiro na cidade de San Mateo, na Califórnia, que contava com 350 colaboradores.

Demissões da Tesla

A medida tomada pela Tesla foi divulgada nesta quarta-feira (29) pela imprensa americana. Além de fazer com que a companhia tenha que fechar um escritório nos Estados Unidos, os cortes fariam parte de um esforço para cortar custos.

Os colaboradores afetados pela decisão atuavam na área de análise de dados do Autopilot, sistema de assitência ao motorista oferecido pela montadora de Musk, e eram remunerados com base nas horas trabalhadas.

Além disso, de acordo com o TechCrunch, 81 funcionários do escritório em San Mateo continuaram empregados, sendo transfiridos para a unidade de Buffalo, em Nova York. Lá, ainda, a empresa segue contratando e treinando times especializados na área.

Diversos funcionários que ocupavam os cargos hà poucas semanas foram demitidos, enquanto outras vagas estão sendo preenchidas sem que o período de contratação termine.

“Fiquei muito chocado quando me disseram que estava sendo demitido. Como gerente, tive a impressão de que minha posição era segura”, disse um ex-funcionário ao Business Insider.

Esta, no entanto, não foi a primeira medida ligada aos cortes na equipe de análise de dados do serviço oferecido pela Tesla. Anteriormente, a companhia já havia transferido parte de seu time para sua unidade sediada em Palo Alto, na Califórnia.

No início deste mês, o bilionário havia ressaltado seu “mau pressentimento” em relação ao quadro econômico de sua montadora de carros elétricos. 

Em uma mensagem via e-mail enviada aos executivos da companhia, Musk afirmou que “A Tesla vai reduzir o quadro de colaboradores em 10%, devido ao excesso de funcionários em várias áreas”.

Além disso, o CEO também destacou na mensagem seu “pressentimento ruim” acerca da saúde financeira de sua empresa e que seu plano era aumentar o número de empregos remunerados por hora de trabalho na Tesla.

Musk afirma, ainda, que a redução total no quadro de funcionários será de 3,5%.

Em entrevista, o bilionário disse que suas duas novas fábricas, sediadas no Texas e em Berlim, são “gigantescas fornalhas de dinheiro agora”, destacando o baixo desempenho nestas unidades.

Segundo Musk, a fábrica no Texas produz um número pequeno de carros, por conta dos desafios em aumentar a fabricação das novas baterias utilizadas. No entanto, sua unidade em Berlim, por sua vez, apresenta um desempenho levemente melhor, pois utiliza das tradicionais baterias.

Depois de anunciar a rodada de demissões, as ações da Tesla apresentaram desvalorizações nesta quarta-feira (29). Seus ativos somaram às 14:36 horas (Horário de Brasília) uma queda de 4,67%, atingindo os R$ 109,83.

No período de seis meses, seus ativos caíram em 43,18%. Em um ano, suas ações apresentam a valorização de 4,70%.

Após a divulgação pela imprensa americana, a medida adotada pela Tesla vem sofrendo críticas e processos judiciais.

Processos judiciais

Na semana passada, dois ex-funcionários da Tesla deram início à um processo judicial contra a montadora de carros elétricos de Elon Musk.

A ação foi movida por John Lynch e Daxton Heartsfield. Demitidos, respectivamente, nos dias 10 e 15 de junho, os ex-colaboradores afirmam que os cortes iniciais feitos pela Tesla afetaram cerca de 500 funcionários, na unidade de Sparks, em Nevada.

De acordo com eles, o período de notificação da demissão, que nos EUA é de 60 dias, não foi respeitado pela Tesla. 

Eles pedem remuneração e os benefícios correspondentes ao período, e buscam que o processo englobe todos os colaboradores demitidos nos EUA em maio ou junho sem aviso prévio.

“A Tesla simplesmente notificou os funcionários de que suas rescisões entrariam em vigor imediatamente”, apontam os ex-funcionários.