Twitter (TWTR34) deve pagar multa de US$ 150 milhões
A medida foi instaurada pela Comissão Federal dos EUA em detrimento de acordos de privacidade
Nesta quarta-feira (25) o governo dos Estados Unidos multou a plataforma Twitter em US$ 150 milhões (o equivalente a R$ 715 milhões). No dia de hoje (26), a companhia concordou em pagar a quantia.
De acordo com a FTC (Comissão Federal dos Estados Unidos), a rede social violou um acordo de privacidade, resultando na penalidade.
Multa do Twitter
A penalidade aplicada pela FTC veio de uma violação de um acordo de privacidade estabelecido em 2011. A companhia deixou de avisar seus usuários durante dois anos que informações de contato eram utilizadas no direcionamento das publicidades da plataforma.
Esses dados eram utilizados pelos profissionais de marketing sem qualquer convicção dos usuários. Segundo a presidente da Comissão, Lina Khan, essa prática foi responsável por afetar mais de 140 milhões de usuários da rede social, ao mesmo tempo em que “aumentou a principal fonte de receita do Twitter”.
Segundo a rede social, a prática foi inadvertida, sendo tratada a público pela primeira vez no ano de 2019. Desde 2013, a plataforma pedia aos seus usuários que informassem seus números de telefone e endereços de e-mail. Ao requerir os dados, o Twitter dizia que eles seriam utilizados na autenticação de dois fatores.
No entanto, de acordo com a Comissão Federal dos Estados Unidos, essas informações teriam sido utilizadas para o direcionamento de propagandas sem o consenso de seus usuários.
Além das penalidades que somaram uma quantia de US$ 150 milhões, a companhia foi proibida de utilizar os dados para veicular anúncios, obrigada a avisar seu público sobre o uso indevido de informações e auxiliar na desativação dos anúncios personalizados.
O Twitter também deve disponibilizar outras opções de autenticação que não envolvam o número de telefone de seus usuários e criar programas de privacidade e segurança da informação mais eficazes.
No caso do segundo plano, a rede social deve contar com uma empresa terceira independente e que seja aprovada pela FTC, além de relatar os incidentes de privacidade em um prazo de 30 dias.
Segundo a queixa instaurada pela Comissão, “As declarações falsas do Twitter violam a Lei FTC e a Ordem de 2011, que proíbe especificamente a empresa de fazer declarações falsas sobre a segurança de informações não públicas do consumidor”.
Apesar do Twitter concordar em pagar a quantia estabelecida, o acordo ainda deve ser aprovado pelo tribunal para se concretizar.
Ao concordar com o pagamento da quantia, as ações do Twitter apresentaram uma alta nesta quinta-feira (26). Seus títulos somaram às 14:40 (Horário de Brasília) uma valorização de 4,24%, atingindo os R$ 92,88.
Segundo a plataforma, “Manter os dados seguros e respeitar a privacidade é algo que levamos muito a sério, e cooperamos com a FTC em todas as etapas. Ao chegar a esse acordo, pagamos uma multa de US$ 150 milhões e nos alinhamos com a agência em atualizações e aprimoramentos do programa para garantir que os dados pessoais das pessoas permaneçam seguros e sua privacidade protegida.”
Plataforma pesa mais no bolso de Musk
Além de concordar com o pagamento das multas, ainda foi divulgado que o bilionário Elon Musk, envolvido em processos para a aquisição do Twitter, terá que desembolsar uma quantia maior para firmar o acordo.
No final de abril, a quantia divulgada para a aquisição da companhia foi de US$ 44 bilhões (o equivalente a R$ 209 bilhões). Na época, US$ 27 bilhões iriam sair diretamente de sua fortuna, o restante, no entanto, foi dividido entre empréstimos e ações de sua montadora de carros elétricos, a Tesla (TSLA34).
Dessa maneira, segundo um documento enviado à Securities and Exchange Commission (SEC), após perder um de seus empréstimos, o bilionário terá de adicionar mais US$ 6,5 bilhões de seu próprio bolso, fazendo com que esta quantia seja de US$ 33,5 bilhões.