Vale (VALE3) e Tesla (TSLA34) anunciam acordo de venda de níquel
O contrato foi firmado com o objetivo de ampliar a exposição do mercado à veículos elétricos
A Vale (VALE3) anunciou nesta sexta-feira (06) o fechamento de um acordo a longo-prazo com a companhia norte-americana Tesla (TSLA34).
O contrato prevê o fornecimento do níquel canadense obtido pela mineradora à montadora de carros elétricos de Elon Musk, e busca ampliar a presença no mercado de veículos elétricos.
Contrato entre a Vale e a Tesla
Apesar de ser confirmado apenas nesta sexta-feira (06), esse acordo já havia vazado no final de março deste ano. Dessa forma, mesmo com a quebra do sigilo, o comunicado só foi divulgado no dia de hoje.
O principal objetivo da companhia de musk é ter acesso ao níquel obtido pela mineradora. Este é um dos recursos essenciais para a produção de seus carros elétricos, chamando a atenção da companhia.
Dessa maneira, o acordo atende ambas as companhias. A Vale já havia dito que pretendia ampliar a presença do seu níquel Classe 1 na indústria de veículos elétricos. Atualmente, 5% do recurso é negociado nesse setor. A companhia quer deixar essa taxa entre 30% e 40%.
A Tesla, por sua vez, tem como objetivo aumentar a sua taxa de produção. Sua meta para este ano é ampliar essa quantia em 50%, fator que eleva sua demanda por níquel.
Em 2022, a montadora já registrou aumentos, mesmo que tímidos, na quantidade de veículos entregues e produzidos. No último trimestre, 308.600 veículos foram entregues, e 305.840 foram produzidos. No primeiro trimestre, no entanto, essas quantias foram, respectivamente, de 310.048 e 305.407 automóveis elétricos.
É dito que o conflito envolvendo a Rússia e a Ucrânia elevou o preço dessa commodity, levando a companhia de Musk a diversificar seu mercado.
A Tesla busca, ainda, verticalizar a cadeia logística de sua linha de produção, fazendo com que a companhia tenha um certo nível de controle sobre todos os seus aspectos.
A Vale destacou que sua produção de níquel no Canadá é uma das que menos emitem carbono no mundo, o que também foi levado em consideração pela montadora de veículos elétricos.
Alta das commodities
O grande crescimento no preço das commodities foi o principal fator que levou a Tesla a firmar um acordo com a mineradora.
É dito que os recursos destinados à área industrial se depararam com uma alta de até 155% em pouco mais de dois anos.
Essa grande expansão é derivada dos recorrentes choques com os quais o mundo se deparou. Os efeitos gerados pela pandemia de Covid-19 seguidos pelo conflito envolvendo a Rússia e a Ucrânia foram os principais atores nessa alta.
Esses fatores elevaram as taxas inflacionárias no mundo, fazendo com que os preços, sobretudo das matérias-primas como o petróleo e os metais, subissem em um ritmo acelerado.
Daí, as montadoras e fabricantes foram obrigadas a encontrar estratégias para a diminuição destes preços. Dentre essas medidas, parcerias como o contrato envolvendo a Vale e a Tesla foram adotadas.
Essas mudanças afetaram, também, a produção brasileira. Segundo a CNI (Confederação Nacional da Indústria), a produtividade metalúrgica do Brasil caiu em 4,6% em função dos aumentos das matérias-primas e do combustível.
Ações da Vale e Tesla
Após divulgar o firmamento do acordo, ambas as companhias registraram leves mudanças no preço de seus ativos nesta sexta-feira (06).
Os títulos da Vale apresentaram uma ligeira queda de 0,86%, fazendo com que seu preço atingisse, às 15:50 horas (Horário de Brasília) os R$ 79,64. No período de um mês, a companhia soma uma queda de 18,25%. Em um ano, essa quantia foi de -30,99%.
A Tesla, por sua vez, apresentou uma tímida valorização no dia de hoje. Essa alta foi, às 15:50 horas (Horário de Brasília), de 0,83%, estabelecendo seu preço em R$ 137,42. No intervalo de um mês, seus papéis caíram em 12,77%. No período de um ano, porém, eles subiram em 24,70%.