Vale (VALE3) vê lucro líquido cair 78% no 2T23 a US$ 892 milhões; ações despencam  – ESTOA

Vale (VALE3) vê lucro líquido cair 78% no 2T23 a US$ 892 milhões; ações despencam 

O resultado ficou bem abaixo das projeções do mercado


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A Vale (VALE3) publicou, na noite de ontem (27), seu balanço trimestral, contendo seus resultados para o segundo trimestre de 2023. Segundo os dados, a empresa chegou a um lucro líquido de US$ 892 milhões (R$ 4,573 bilhões) entre os meses de abril e junho, queda de 78% na base anual.

Diante dos números, as ações da empresa somam quedas durante o pregão desta sexta-feira (28).


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Vale divulga balanço trimestral

De acordo com o relatório publicado logo após o fim do pregão de ontem, o lucro líquido das operações continuadas atribuível aos acionistas da companhia, além de cair quase 80% na base anual, representa queda de 51,44% ante o trimestre imediatamente anterior.

A quantia fica, ainda, bem abaixo das expectativas do mercado. As projeções dos analistas compiladas pelo consenso Refinitiv indicavam um lucro líquido de US$ 2,15 bilhões durante o período.

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Segundo a empresa, o lucro líquido menor durante o período é atribuído pelo menor desempenho dos preços do minério de ferro, com um impacto de US$ 1,34 bilhão, e do níquel. 

Preço do minério de ferro impactou o desempenho da Vale/Foto: iStock

O fator foi combinado à uma menor marcação no mercado de debêntures participativas e uma queda nas provisões da Fundação Renova após a recuperação judicial. Ambos os acontecimentos tiveram um impacto somado de US$ 1.859 bilhão.

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Além disso, sua receita líquida de vendas chegou aos US$ 9,6 bilhões entre abril e junho, alta de 14,69% na base trimestral e queda de 13,30% na comparação anual.

O EBITDA (Lucros antes juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado proforma das operações continuadas da Vale também foi afetado pelos menores preços dos minérios. O indicador finalizou o segundo trimestre deste ano a US$ 4,1 bilhões (R$ 19,1 bilhões).

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Se comparado ao mesmo período do ano passado, quando o total atingiu os US$ 5,534 bilhões, o valor apresenta uma queda de 25,10%. Apesar disso, ante os três primeiros meses deste ano (US$ 3,687 bilhões), o medidor soma uma alta de 12,42%.

Mesmo assim, de acordo com a prévia operacional da companhia, publicada na semana passada, a produção de minério registrou uma alta de 6,3% ante o segundo trimestre de 2022, a 78,74 milhões de toneladas.

A comercialização da commodity, que é a principal da companhia, no entanto, apresentou um avanço mais modesto, a 0,9% na mesma base comparativa. 

De acordo com o relatório publicado pela Vale na época, o desempenho reflete a recuperação da produtividade do Terminal Ponta da Madeira, no Maranhão, durante o segundo trimestre deste ano.

Terminal Ponta da Madeira, no Maranhão/Foto: Agência Vale

As restrições se deram ainda durante os três primeiros meses de 2023, quando fortes chuvas impactaram negativamente os embarques e vendas.

O preço dos finos de minério de ferro também caíram entre os meses de abril e junho, para US$ 98,5 por tonelada. A redução ocorreu em função de menores preços de referência.

Projeções

A Vale divulgou, também, a atualização de suas projeções para 2023. Em Fato Relevante, a empresa espera que o Custo caixa C1 do minério de ferro chegue aos US$ 22,50 por tonelada (/t). Anteriormente, era esperada uma quantia de US$ 21,50.

A companhia projeta, ainda, que o Custo all-in da commodity vá para US$ 54/t. Antes, a expectativa era de US$ 52/t.

Finalmente, a projeção do Custo all-in do níquel passou de US$ 15,5 mil/t para US$ 16 mil por tonelada.


Ações despencam

Diante do relatório trimestral, as ações da Vale (VALE3) acumulam desvalorização durante o pregão desta sexta-feira (28). 

Seus ativos somaram por volta das 15:05 horas (horário de Brasília) uma queda de 3,75%, a R$ 67,78. Desde o início do ano, os papéis caíram 24,09%.