B3 (B3SA3) lança venture para investir em startups
O fundo L4 Venture Builder vai investir em companhias com potencial de crescimento
Nesta segunda-feira (16), a Bolsa de Valores B3 anunciou o lançamento do fundo L4 Venture Builder. A Venture conta, segundo a instituição, com um capital de R$ 600 milhões.
Apesar de estar atrelado e receber recursos da B3, o fundo funcionará de forma autônoma, investindo em companhias com potencial de crescimento.
Venture da B3
Segundo o comunicado enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), o fundo da B3 vai utilizar uma verba de R$ 600 milhões para investir em startups que possuem um grande potencial de crescimento, atuando nos campos de inovação e empreendimento.
O objetivo da companhia com sua participação societária é impulsionar a taxa de crescimento dos negócios que já apresentam potencial.
Apesar de estar diretamente ligado à B3, a L4 Venture Builder terá uma estrutura independente, contando com a liderança de Pedro Meduna, fundador da Tripda, uma startup atuante no meio de caronas, assim como a BlaBlaCar.
Ele possui atuação, também, em projetos envolvendo companhias do setor de construção, mobilidade e serviços financeiros. Dentre suas principais atuações, é possível destacar sua participação no Juntos Somos Mais, que envolvia a Votorantin, Gerdau e Tigre.
A previsão é de que o fundo atue durante 5 anos, estando sujeito às aprovações regulatórias. Segundo o CEO da B3, Gilson Finkelsztain, “A ideia é que o fundo invista em Venture Building ao longo dos próximos 5 anos e que o primeiro investimento em startups aconteça ainda neste ano”.
O ticket mínimo ou a quantidade de empresas atingidas pelo fundo, no entanto, ainda não foram definidos. Os investimentos grandiosos (acima de 20% da verba do fundo) não são o objetivo da B3.
Caso aquisições majoritárias aconteçam, segundo a companhia, seu objetivo é dar destaque aos fundadores da startup em questão.
Dentre os principais setores em que a L4 Venture pretende atuar, são destacadas as áreas de energia, carbono, crowdfunding, neobanks, tokenização de ativos e a de soluções para fintechs.
Segundo a companhia, a criação do fundo está alinhada com sua estratégia de inovação em seu negócio principal, contando com a iniciativa de digital assets e desenvolvimentos de serviços ao middle e backoffice.
O anúncio de seu mais novo plano para o investimento em startups gerou nas ações da B3 um resultado positivo. No dia de hoje (16), as ações da instituição somaram, às 14:28 horas (Horário de Brasília) uma valorização de 1,39%, fazendo com que seus ativos atingissem os R$ 11,63.
No entanto, a quantia, no montante de um ano, somou uma queda de -35,74%.
A aquisição de startups e a criação de fundos destinados a investir nesse tipo de negócio vem se tornando uma tendência entre as instituições e companhias brasileiras, que têm como objetivo aumentar seu leque de atuação e investir no setor de inovações.
Investimento em startups
Dentre as mais recentes, está a ofensiva do Itaú Unibanco para o investimento em startups brasileiras. O plano foi divulgado em abril deste ano, e consiste na criação de uma venture debt para o investimento em startups.
Com mais de R$ 300 milhões para investimento, o fundo em questão já foi responsável por destinar R$ 150 milhões à oito companhias.
Nesse mesmo mês, a Amazon anunciou a criação do Amazon Industrial Innovation Fund, que tem como objetivo investir até US$ 1 bilhão em startups do ramo de supply chain e logística.
Segundo o vice-presidente de desenvolvimento corporativo mundial da companhia, Alex Ceballos, a medida prevê aumentar a velocidade e melhorar a experiência das entregas da Amazon.
Dentre as startups que contaram com o investimento, a única divulgada foi a Modjoul, que projetou uma tecnologia protetora para os uniformes dos funcionários que trabalham nos centros de distribuição da Amazon.