BlackRock é contratada para vender US$ 114 bilhões em títulos de bancos falidos – ESTOA

BlackRock é contratada para vender US$ 114 bilhões em títulos de bancos falidos

A instituição foi contatada pelo FDIC


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De acordo com a FDIC (Federal Deposit Insurance Corporation), órgão equivalente ao FGC (Fundo Garantidor de Crédito) do Brasil, a gestora de ativos norte-americana BlackRock foi contratada para atuar na venda de US$ 114 bilhões em ativos do Silicon Valley Bank (SVB) e do Signature Bank.

Os valores mobiliários representam, principalmente, ativos garantidos por hipotecas (MBS em inglês) de agências e obrigações hipotecárias colateralizadas. O negócio foi anunciado na última quarta-feira (6).

BlackRock deve vender títulos

O total, equivalente a cerca de R$ 576,8 bilhões, é dividido entre os títulos do Signature, que somam US$ 27 bilhões (cerca de R$ 136,6 bi), e valores do SVB, que totalizam US$ 87 bilhões (R$ 440,2 bilhões).

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As informações foram dadas pelo FDIC. Nos Estados Unidos, o órgão regulador possui a função de atuar como um garantidor de depósitos bancários.


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As vendas das posições serão, de acordo com a corporação, “graduais e ordenadas e terão como objetivo minimizar o potencial de qualquer impacto adverso no funcionamento do mercado, levando em consideração a liquidez diária e as condições de negociação”.

Contatado pelo veículo Bloomberg, um porta-voz da maior gestora de ativos do mundo preferiu não comentar.

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De acordo com a agência dos Estados Unidos, interessados no processo de venda dos títulos podem obter mais informações sobre o andamento das negociações e qualificações para participar delas enviando um e-mail para “[email protected]”.

Imagem ilustrativa/Foto: Reprodução

Administração de dívidas

Esta, no entanto, não é a primeira vez em que a gigante gestora de ativos norte-americana fica responsável por administrar dívidas para as autoridades financeiras do país.

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Logo após a crise financeira de 2008, a BlackRock, liderada atualmente por Larry Fink, também foi indicada pelo Departamento do Tesouro e pelo Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos, para administrar contratos que somaram US$ 130 bilhões (atualmente, cerca de R$ 657,9 bilhões) em dívidas incobráveis.

Depois disso, durante aquele período, a instituição foi uma das quatro cogestoras incluídas em um plano do Fed para atuar na compra de títulos lastreados em hipotecas, que somavam mais de US$ 1 trilhão.

Setor bancário internacional

Durante o mês de março, o setor bancário internacional se viu ameaçado após seus principais pilares colapsarem em um curto intervalo de tempo.


Logo após a quebra do SVB, reguladores norte-americanos fecharam o Signature Bank. Nesse meio-tempo, as ações do Credit Suisse estavam desabando, elevando mais ainda as preocupações com o setor.

Com isso, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI) na última terça-feira (4), devido à exposição das instituições que compõem o setor às consequências geradas pelo aperto monetário, o conjunto de bancos ainda representa um risco ao setor financeiro.

Apesar disso, a instituição internacional disse que a área financeira não bancária (NBFI na sigla em inglês) ainda é a mais exposta às sequelas do aperto monetário, gerado pela elevação das taxas de juros realizada pelos Bancos Centrais ao redor do mundo.

O cenário gera, também, resultados nas atividades dessas instituições, responsáveis por deterem uma parte importante da dívida emitida pelos estados do país.

Ainda sobre este assunto, o FMI levantou três fontes de risco ao setor financeiro. A primeira está relacionada com a conexão das NBFIs com instituições bancárias, um limitador das possibilidades de financiamento da economia.

As outras estariam ligadas diretamente com o funcionamento desses agentes.