Hypera (HYPE3) vê ações dispararem após assinar acordo de leniência – ESTOA

Hypera (HYPE3) vê ações dispararem após assinar acordo de leniência

Empresa firmou acordo com AGU e CGU para encerrar processo para apuração de pagamento de propina iniciado em 2018


Advertisement


Advertisement


Nesta quarta-feira a Hypera Pharma (HYPE3) viu as suas ações dispararem após assinar um acordo de leniência em conjunto da Advocacia Geral da União (AGU) e da Controladoria-Geral da União (CGU) na noite de ontem.

O acordo que foi avaliado pelo mercado como ‘melhor do que o esperado’ precisou ser feito para encerrar o processo de corrupção que estava aberto contra a empresa desde 2018, após suspeitas serem levantadas contra a Hypera.

Depois dessa avaliação as ações da farmacêutica chegaram a uma subida de 7,86% às 13h01, negociadas a R$ 41,84, número que representa o maior índice dos papéis da Hypera Pharma em 18 meses.

Advertisement


Acordo feito pela Hypera

Ainda que tenha entrado em acordo com os órgãos do governo, a Hypera terá de pagar uma multa que foi bem recebida pelos acionistas, tendo em vista que os R$ 110 milhões que a farmacêutica terá que pagar estão abaixo do que se projetava.

Em 2018 esse processo foi aberto contra a Hypera após o lançamento da Operação Tira-Teima, que investigava a suspeita de pagamentos de propinas a políticos. 

Advertisement


A desconfiança levou a uma investigação interna que provou que existiam pagamentos irregulares feitos por ex-executivos da farmacêutica da ordem de R$ 110 milhões. Em fato relevante divulgado em 2020, a empresa afirmava que nenhum dos envolvidos estava trabalhando na empresa mais.

Após acordo com CGU empresa se comprometeu a pagar multa à vista/ Foto: Reprodução

No acordo feito entre as partes, ficou estabelecido pela própria Hypera, de que o pagamento será feito à vista e a companhia irá continuar cumprindo o seu plano de desenvolvimento nos próximos 18 meses.

Advertisement


Além disso, a empresa não terá que arcar com qualquer quantia para o pagamento da multa, os débitos serão feitos direta e integralmente pelo maior acionista da empresa com cerca de 21% das ações e fundador João Alves de Queiroz Filho.

Recomendações

Após o encerramento do processo com o acordo que acarretou na multa de R$ 110 milhões para o fundador da Hypera quitar, os analistas passaram a ver a compra de ações da empresa com outros olhos.

Advertisement


A empresa que antes passava desconfiança no mercado de ações devido às suas incertezas, agora tem um caminho mais tranquilo pela frente e pode voltar o seu foco para o seu crescimento.


No entanto, há divergências com relação ao preço-alvo da Hypera nesse momento. De acordo com analistas da XP Investimentos, é uma boa hora para a compra de ações da farmacêutica e a corretora vê um preço-alvo de R$ 48.

Por outro lado, Citi, Ativa e BTG Pactual fizeram recomendações mais “pés no chão”, com preços-alvo na entre R$ 40 e R$ 41. Ainda assim, todos estão de acordo que o cenário para a Hypera deve ser positivo.

Um dos pontos analisados para essa recomendação positiva é o fato do fundador da empresa, João Alves de Queiroz Filho, ter assumido integralmente o pagamento da multa. Além disso, pelo envolvimento com as suspeitas de pagamento de propina serem de ex-executivos, o cenário para a Hypera se torna mais tranquilo

Hypera fez uma série de aquisições nos últimos anos /Foto: Reprodução

Aquisições

Um dos pontos levantados pelo BTG Pactual e seus analistas é o fato de que agora a Hypera Pharma terá tempo de focar seus esforços cada vez mais nos investimentos que pode fazer como próximo passo.

Recentemente a Hypera já começou com essa expansão de portfólio com a aquisição de algumas marcas de remédios da Sanofi. Ao todo, 10 medicamentos que não precisam de receita médica foram adquiridos pela companhia por cerca de US$ 190 milhões.


Além disso, a Hypera anunciou no dia 10 de maio a compra da Boehringer Ingelheim do Brasil, empresa responsável pela produção do principal princípio ativo do Buscopan, em um negócio avaliado em quase R$ 200 milhões. 

A fim de ampliar seu portfólio de medicamentos, a empresa já tinha concluído em 2019 a compra de outras duas marcas conhecidas, o próprio Buscopan e o Buscofem. O acordo foi fechado em torno de R$ 1,3 bilhão.