Operadores da AirBit se declaram culpados por fraude de R$ 500 milhões
O procurador dos Estados Unidos para o Distrito Sul de Nova York anunciou a prisão de seis executivos ligados ao esquema de pirâmide AirBit Club.
De acordo com a acusação, todos se declararam culpados por acusações de fraude e lavagem de dinheiro.
A AirBit operou por um período de cinco anos e, nesse meio tempo, supostamente arrecadaram US$ 100 milhões de investidores.
O esquema prometia rendimentos elevados aos investidores, mas, na prática, era uma clássica pirâmide que lesou centenas de pessoas.
O grupo de prisioneiros inclui nomes de peso dentro da organização. Por exemplo, Pablo Renato Rodriguez e Gutemberg Dos Santos, os fundadores da AirBit, bem como Scott Hughes, advogado da dupla.
Além disso, Cecilia Millan, Karina Chairez e Jackie Aguilar, também se declararam culpados de acusações.
O trio era promotor e responsável por captar clientes para a AirBit e são acusadas de conspiração para fraude eletrônica, fraude bancária e lavagem de dinheiro.
Mais uma pirâmide
Em um comunicado, o procurador Damian Williams disse que os seis executivos aproveitaram o crescente interesse em torno das criptomoedas para enganar vítimas em todo o mundo.
A AirBit fraudou milhões de dólares com falsas promessas de investimento em negociação e mineração de criptomoedas.
Em vez de aplicar o dinheiro, os operadores embolsavam o valor para si. Já os clientes eram pagos com o dinheiro de novas captações
“Em vez de negociar ou minerar criptomoedas em nome dos investidores, os réus construíram um esquema Ponzi e pegaram o dinheiro das vítimas para encher seus próprios bolsos. Essas confissões de culpa enviam uma mensagem clara de que estamos indo atrás de todos aqueles que procuram explorar criptomoedas para cometer fraudes”, disse Williams.
De acordo com as descobertas da polícia, a AirBit solicitava que as vítimas comprassem assinaturas em dinheiro usando corretoras de criptomoedas terceirizadas.
Em seguida, os operadores lavavam os rendimentos ilícitos por meio de várias contas bancárias estadunidenses e estrangeiras.
Uma delas era uma conta fiduciária de advogado administrada por Hughes, o que o fez entrar na lista de acusados.
Por meio dessa conta, o advogado direcionou fundos para despesas pessoais dos cofundadores e promotores, bem como para si mesmo.
Gastos em Exposições Luxuosas, Casas de Luxo
Como todo bom esquema de pirâmide, seus fundadores viviam uma vida de luxos. Nesse sentido, os réus viajaram pelos Estados Unidos, América Latina, Ásia e Europa Oriental, realizando exposições “luxuosas” e pequenas apresentações comunitárias.
O objetivo, de acordo com Williams, era convencer as vítimas a comprar assinaturas do AirBit Club. A imagem luxuosa servia para atrair mais pessoas para o esquema.
Os promotores afirmaram ainda que as vítimas puderam visualizar os “lucros” acumulados em seu portal online.
No entanto, não havia mineração ou negociação real de criptomedas em nome das vítimas. Em vez disso, os operadores do projeto fraudulento “enriqueceram” e gastaram o dinheiro em carros, joias e casas de luxo, e financiaram exposições mais extravagantes para acumular mais vítimas.