Plano safra: recursos fortalecerão pequenos e médios produtores
O presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Caio Carvalho, afirmou que os recursos destinados ao crédito rural dentro do Plano Safra 2022/23, de R$ 340,88 bilhões, foram o montante “possível”, diante da atual conjuntura de restrição de recursos.
“(O novo Plano Safra) Deve fortalecer pequenos e médios produtores do País”, continuou. “Se se levar em conta a subida de custos, acaba uma coisa engolindo a outra. De todo modo, se fez uma correção importante, com juros controlados.”
Para Carvalho, o novo Plano estimula o setor privado, que trabalha com juros livres, a buscar alternativas que não sejam o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura (Pronaf) e o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp). “Leva os grandes agricultores a buscarem mecanismos privados para financiamento, o que é importante, porque não pressiona a concentração de recursos para quem mais pode”, observou.
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Para o Pronaf, serão destinados R$ 53,61 bilhões, incremento de 36% em comparação com o montante ofertado na safra 2021/22. As taxas de juros serão de 5% ao ano (para produção de alimentos e produtos da sociobiodiversidade) e de 6% ao ano para os demais produtos, ante taxas de 3% e 4,5% ao ano no ciclo 2021/22. Já para o Pronamp, o montante será de R$ 43,75 bilhões, 28% acima do valor da safra anterior, com juros de 8% ao ano – ante taxas de 5,5% e 6,5% ao ano no ciclo prévio.
Para os demais produtores e cooperativas, o total ofertado chegará a R$ 243,4 bilhões, com taxas de 12% ao ano – ante taxas de 7,5% a 8,5% em 2021/22. Nesta safra, produtores rurais poderão optar pela contratação de financiamentos para investimentos a taxas de juros pós-fixadas. O presidente da Abag avaliou, no entanto, que “ninguém gosta de juros altos, mas é o que está aí”.
Plano Safra dentro do esperado
Os recursos destinados ao crédito rural do Plano Safra 2022/23, de R$ 340,8 bilhões, vieram dentro do esperado, com destaque para o incremento dos valores para o Programa de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC), cujo montante cresceu 23%, para R$ 6,19 bilhões. A avaliação é do sócio-diretor da Scot Consultoria, Alcides Torres. “Gostaríamos que viesse maior, mas foi o possível”, disse.
Ele acrescentou que os juros do Plano cresceram “agressivamente” em comparação com os últimos 12 meses. “Mas, de qualquer maneira, estão abaixo dos juros do mercado hoje.”
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No caso do Plano ABC, Torres avaliou que o incremento vem, justamente, para atender a uma demanda global e melhorar os indicadores na pecuária. “Seja por meio da reforma de pastagem, ou mesmo com a substituição de pastagem por agricultura.
O Plano ABC foi lançado há alguns anos e deve crescer ainda mais nos próximos”, garantiu. Se for considerado o Índice Geral de Preços/Disponibilidade Interna (IGP-DI), o valor destinado ao programa cresceu 25%, observou Torres. “Então foi um ajuste real, não foi estupendo, mas real. O que é bom.”
Governo
Por meio da Letra de Crédito Imobiliário (LCI), da Letra de Crédito Agropecuário (LCA) e da Cédula de Produto Rural (CPR), o governo está indicando o aumento da participação do setor financeiro-privado, em detrimento do setor financeiro-público, na observação de Torres, que vê uma tendência do governo em “jogar a bronca para o setor privado”.
Em relação ao crédito subsidiado, ele destacou a queda de 10 pontos porcentuais, enquanto os valores para equalização de juros diminuíram. “Vem dentro da política do Ministério da Economia. A gente (setor agropecuário) precisaria ter mais crédito com juros adequados ao mercado, em função de todos os fatores, como clima, guerra, e questões sanitárias, por exemplo”, disse.
Na avaliação do diretor da Scot, o movimento levaria o Brasil a “aproveitar oportunidades” e se consolidar como “grande produtor de alimentos no mundo”. Para ele, seriam necessários mais recursos para se chegar a uma safra de 300 milhões de toneladas de grãos produzidos no País ao ano. “Com duas safras consecutivas, a gente ameniza a fome global”, garantiu.
*Com Estadão Conteúdo.




























