São Paulo realiza primeira contratação de jogador com criptomoedas na América do Sul
O São Paulo Futebol Clube utilizou criptomoedas na aquisição dos direitos do jogador argentino Giuliano Galoppo, conforme apurou o CriptoFácil.
A transação contou com a ajuda da exchange Bitso, patrocinadora do clube e dá nome a um dos camarotes do estádio do Morumbi.
De acordo com o portal GE, o custo da contratação de Galoppo, incluindo taxas e comissões, gira em torno de 6 milhões de dólares (R$ 32 milhões).
O São Paulo não confirmou o montante da operação, mas a Bitso confirmou que o clube utilizou criptomoedas para fazer o pagamento.
Com isso, o São Paulo voltou a inovar neste mercado e realizou a primeira compra de um jogador utilizando criptomoedas.
O clube aceitou criptomoedas como pagamento nos ingressos dos jogos em maio e foi o primeiro do país a vender um ingresso nessa modalidade.
São Paulo utilizou stablecoin para adquirir jogador
Galoppo é meio-campista e considerado uma promessa pelo time do Banfield, da Argentina. Para adquirir o jogador, o São Paulo utilizou a stablecoin USDT no pagamento dos valores.
Em primeiro lugar, o clube tratou de reunir parceiros para arcar com o custo da contratação. Por ter uma dívida que ultrapassa os R$ 700 milhões, o tricolor não contava com recursos próprios para adquirir o jogador.
Somente de direitos econômicos, o clube pagou cerca de US$ 4 milhões ao Banfield.
Depois, com os parceiros escolhidos, o São Paulo se ofereceu para pagar a aquisição de Galoppo em criptomoedas.
Ambos os clubes escolheram a USDT como meio de pagamento, já que ela é lastreada no dólar e os contratos na Argentina são firmados em dólar.
“A gente compra uma criptomoeda que definimos o valor com o Banfield, com uma consultoria da Bitso.
O Banfield abre uma conta na Bitso da Argentina e fazemos a transferência através da criptomoeda”, explicou Eduardo Toni, diretor-executivo de marketing do Tricolor.
Para realizar a operação, a Bitso ofereceu todo o suporte ao clube na execução da transferência.
Todos os valores foram pagos através da plataforma da exchange, que anunciou o fato em suas redes sociais. Os salários do jogador, contudo, serão pagos da forma tradicional, e não envolverão criptomoedas.
“A Bitso atuou de forma a viabilizar a transação entre os times envolvidos, permitindo que a transferência ocorresse de forma rápida e segura, utilizando a stablecoin USDC. Este é grande exemplo de como temos trabalhado junto aos nossos parceiros para tornar as criptomoedas úteis e acessíveis para quaisquer modelos de transferência de valores”, disse a exchange ao CriptoFácil.
Criptomoedas e futebol
O pagamento de criptomoedas a jogadores ainda é raro na América do Sul, mas já é visto com mais frequência na Europa.
Quando o Paris Saint-German contratou o craque Messi no ano passado, pagou parte do valor da contratação usando seu fan token.
Aliás, até os fan tokens ainda estão dando seus primeiros passos no Brasil. Nesse sentido, o São Paulo é um dos clubes brasileiros que emitiu esse tipo de token.
Por outro lado, clubes como o Vasco da Gama até já emitiram tokens que pagam aos seus detentores uma parte das vendas de jogadores do clube.
O CriptoFácil perguntou à Bitso se existem planos do São Paulo realizar novas contratações utilizando criptomoedas.
A exchange não faz comentários nesse sentido, mas ressaltou a importância desta primeira transação.
“Acreditamos que a primeira transferência de um jogador de futebol na América do Sul utilizando criptomoedas é um passo importantíssimo neste sentido e sempre vamos trabalhar para que mais empresas, instituições e pessoas tenham a possibilidade de usar criptomoedas em suas transações”, disse.