Tarcísio diz que Sabesp vai perder valor e alude privatização – ESTOA

Tarcísio diz que Sabesp vai perder valor e alude privatização

O governador eleito de São Paulo avalia replicar privatização da Eletrobras


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O governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse nesta quinta-feira (1°) que a Sabesp perderá valor se for mantida no modelo atual. O carioca comparou à Eletrobras e afirmou a possibilidade de implementar a privatização da ex-estatal na empresa de capital mista.

Segundo o ex-ministro da Infraestrutura do governo do presidente Jair Bolsonaro, as perdas da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo vão ocorrer “paulatinamente”. Ele indicou o aumento de investimento privado como uma das estratégias para democratizar os serviços da Sabesp.


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Planos de privatização

As falas de Tarcísio, focadas na privatização da empresa, foram feitas em um evento do Conselho Político e Social (COPS) na Associação Comercial de São Paulo (ACSP).

“Se nada for feito, a Sabesp, ao longo do tempo, vai perder valor paulatinamente. Cada vez mais. Se a gente quiser antecipar a meta de universalização do saneamento, a gente tem de jogar muito investimento para dentro, e esse investimento pode e deve vir da iniciativa privada.”

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De controle estatal e capital misto, a empresa de serviços de água e esgoto já possui ações na bolsa. Contudo, o incentivo do governador eleito é repetir o processo de privatização da Eletrobras e, desta forma, incluir vendas de participação na Bolsa de valores

Segundo o bolsonarista, é uma das principais propostas estudadas por sua  equipe: “Vamos discutir com muita seriedade e responsabilidade a questão Sabesp. Está na hora de a gente enfrentar esse tema. Parecia um tema proibido, a gente teve coragem de colocar isso na campanha”.

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Exército na sede da Sabesp, em Pinheiros, São Paulo/Foto: Folhapress

Custo Sabesp

De acordo com Tarcísio, o “custo Sabesp” é 20% acima do custo regulatório, o que condiz com a perda de valor apresentada: “Ao longo do tempo a Sabesp vai perdendo valor, até que essa perda de valor em algum momento vai comprometer a capacidade de investimento”.

O governador eleito afirmou mirar na entrada de capital privado em ordem de atingir a universalização da distribuição dos serviços, e disse que a entrada privada não implica no aumento das tarifas: “A gente tem um grande valor aqui que são os contratos de concessão que geram upside nessa operação de capitalização e no final das contas isso permite a redução de tarifas”.

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Ainda segundo o carioca, ele justificou a facilidade que a Sabesp teria em ser privatizada. “Se esse for o melhor caminho, tem facilidade de já ser uma empresa listada em bolsa porque você está falando de uma operação de mercado, venda de participação no mercado”, ele respondeu a um jornalista no evento.


Controle da estatal

Além de reduzir o custo, outro fator influente é a maximização da produtividade da empresa, questão que também supostamente seria resolvida pela privatização. Sua defesa seria que o processo reduziria a ineficiência ao mesmo tempo que promoveria a autoridade do Estado em decisões.

“Você não precisa sair completamente da empresa, você pode simplesmente abrir mão do controle, manter uma parte, ter assento no conselho, ter golden share, ter participação nas decisões estratégicas e aí a empresa pode ganhar valor e lá na frente você discute.”

O controle estatal corresponde a 50,3% da Sabesp, 34,4% é detido pela B3 e 15,3% pela Bolsa de Valores de Nova York (NYSE).

Em contrapartida, sua venda foi criticada diversas vezes na campanha eleitoral de Fernando Haddad (PT), seu adversário de segundo turno. “Sou terminantemente contra a venda da Sabesp, do controle acionário da Sabesp, como prega o Tarcísio de Freitas. Será um erro monumental que vai penalizar a população de baixa renda”, afirmou em entrevista ao jornal Estadão.

Atualmente, a Sabesp atende 28,4 milhões de pessoas, em 375 municípios do estado. 

Ele concluiu ainda avaliar se a privatização é a melhor resposta. O ex-ministro informou que planeja conversar com o Banco Central e o BNDES após sua posse para discutir o  melhor modelo.