Use seu dinheiro de forma inteligente
Oi, Lenon aqui.
Eu preferi começar a minha coluna com esse texto quase que autobiográfico para te dar um alerta financeiro, pois independente da sua profissão, você vai ter que lidar com dinheiro. O que de fato proponho, é que você faça isso de forma inteligente. Admito que já paguei os pecados por não fazer bom uso do dinheiro.
Quando ainda era militar, comprei meu primeiro iPhone parcelado e adivinhem: com juros; financiei um imóvel em 360 meses; fiz inúmeras compras compulsivas e completamente desnecessárias para alimentar minha ansiedade, afinal, não havia sensação melhor que a de ouvir o carteiro bater à porta para entregar uma compra feita pela internet; acreditava fielmente que aquele poderoso cartão de crédito fosse uma extensão do meu salário, vivia comprando bobagens a ponto de não conseguir pagar o valor total, eu estava definitivamente me tornando escravo do meu trabalho. Lembram daquele episódio de “Pica pau” em que o papai urso vivia pedindo dinheiro? Pois é, a minha situação estava quase assim, eu literalmente estava vivendo para pagar boletos.
Napoleon Hill tem uma frase sensacional que descreve perfeitamente a “virada de chave” que aconteceu na minha vida: “toda adversidade traz consigo a semente de um benefício equivalente.”
Como eu não aguentava mais viver naquela situação, mergulhei no mundo dos investimentos, li inúmeros livros, fiz alguns cursos e comecei a investir.
A educação financeira é libertadora, ela nos ensina a investir no nosso futuro, a não depender de previdência social, a ter uma reserva financeira de pelo menos, seis meses do nosso custo de vida (para eventuais necessidades), a nos prevenir de dívidas com gastos planejados, nos ensina sobre a inflação e os juros. Esses são apenas alguns elementos que fazem parte de uma grande estrutura que é capaz de mudar a forma como nos relacionamos com o dinheiro.
Mas vem cá, me diz uma coisa, você também é o tipo de pessoa que acredita que para investir é preciso ter muito dinheiro? Não caia nessa falácia. Temos opções no tesouro direto com apenas R$30,00. Existem alguns mitos no mundo dos investimentos, que infelizmente impedem muitas pessoas de começar a investir e eles precisam ser desconstruídos. Dois, dos mais famosos deles são:
1° – Bolsa de valores é cassino
Esse é bem famosinho. As pessoas realmente acreditam que para um ganhar, outro precisa perder. Uma pessoa não ganha em detrimento de outra na bolsa de valores. Comprar ações ou fundos imobiliários, por exemplo, te permite ser sócio desses ativos e isso te dá o direito de receber parte dos lucros que a empresa ou o fundo gerar.
2° – Investir é coisa para rico
É muito comum ouvir essa frase por aí, portanto, eu já vou logo abrindo seus olhos, não é preciso ser rico para investir, mas é preciso investir para ser rico um dia. Se você tem pouco dinheiro, é possível sim investir com pouco, mais importante que o aporte ou a rentabilidade dos seus ativos, é a criação do hábito. O que eu estou querendo dizer, é que no início, você não precisa se preocupar com a quantidade de dinheiro que você tem para investir ou com o quanto ele vai te render, mas sim, com a frequência em que você investe o seu dinheiro.
Uma grande lição que eu aprendi com a educação financeira é que problema financeiro não se resolve com dinheiro, é preciso ter uma mudança de conduta financeira. Pensa comigo, se uma pessoa não é capaz de administrar um salário de R$1.500,00, como ela vai administrar um salário três ou quatro vezes maior? Crie o hábito de poupar, faça uma fotografia financeira, viva um degrau abaixo e comece a investir. Pense nisso.
*As opiniões do colunista não refletem necessariamente a posição da Estoa.