Zenklub faz onda de demissões e prevê reestruturação
A startup de saúde mental desligou, no mínimo, cerca de 40 colaboradores
Nesta terça-feira (28), a startup de saúde mental Zenklub realizou uma série de demissões. De acordo com o Estadão, no mínimo 40 funcionários foram desligados da companhia.
Dentre as áreas mais afetadas pela decisão, estão a de produto, experiência do cliente, vendas e de recursos humanos.
Onda de demissões
De acordo com o Estadão, 40 funcionários foram desligados da startup, representando cerca de 7% do quadro de colaboradores da empresa. Segundo a Zenklub, o desligamento atingiu “um grupo de colaboradores que ocupavam posições específicas”.
Além disso, para os funcionários demitidos, a empresa afirmou estar passando por um processo de reestruturação. Para eles, os cortes aconteceram de surpresa e poucas informações sobre as demissões foram dadas pela Zenklub.
Segundo a companhia, os afetados pelos cortes terão direito às rescisões previstas nos contratos, além de um conjunto de benefícios que incluem extensão de plano de saúde e acompanhamento psicológico e terapêutico. De acordo com alguns dos ex-funcionários, os benefícios serão mantidos até setembro.
Em fevereiro deste ano, a companhia havia anunciado a abertura de 40 vagas de emprego, seguindo o modelo “anywhere office”, que oferece a possibilidade de trabalho remoto e horário flexível.
Sobre a Zenklub
A Startup foi fundada em 2016, por Rui Brandão e José Simões. Oferecendo uma plataforma de saúde mental, a companhia cresceu exponencialmente durante a pandemia.
Em 2020, ano em que a pandemia de Covid-19 começou, a startup viu sua base de clientes quintuplicar em relação ao ano anterior. Ainda nessa época, em Maio, a companhia levantou a quantia de R$ 16,5 milhões em um aporte.
A rodada foi liderada pelo fundo português Indico Capital Partners, contando com investimentos de executivos do setor de saúde. Na época, seu objetivo era atingir mais de um milhão de pessoas até o final de 2022.
Em fevereiro de 2021, a companhia concluiu outra rodada de investimentos. Esta, por sua vez, foi liderada pela SK Tarpon e GK Ventures, além da participação da portuguesa Indico. Nessa época, a companhia levantou a quantia de R$ 45 milhões.
O CEO e cofundador da Zenklub, Rui Brandão, se pronunciou sobre o aporte na época. De acordo com o executivo, a startup utilizaria a quantia para potencializar seu crescimento. “O investimento ainda potencializará nossos projetos de capacitação e formação de profissionais, investindo em tecnologias e usando expertise em telepsicologia para desenvolver o setor”, conclui.
Demissões em startups
Refletindo o cenário desfavorável para investimentos em empresas de risco, como startups, as demissões da Zenklub não foram as primeiras no mês de junho.
De acordo com o Layoffs Brasil, que contabiliza as demissões em startups, outras 19 companhias já haviam desligado parte de sua base de colaboradores.
Dentre as startups que mais desligaram colaboradores no mês, é possível destacar a Kavak, uma plataforma de e-commerce que desligou 300 funcionários no último dia 6, atingindo as áreas comercial, compras, operações, logística e Almoxarifado.
A Empiricus também realizou demissões no mês de junho. A companhia, por sua vez, fez um corte de 150 profissionais, atingindo as áreas de Marketing, BI, Design, engenharia de software, entre outros.
Por fim, no último dia 23, a Netflix também realizou uma série de cortes em seu time de profissionais. A medida atingiu cerca de 300 profissionais, somando 450 demissões apenas neste ano.
Na época, em comunicado, a empresa afirmou que “Enquanto continuamos a investir significativamente em nosso negócio, nós fizemos ajustes para que os custos crescentes estejam alinhados com o nosso crescimento mais lento de receita”.
O cenário de alta nas taxas de juros e de inflação apresenta um cenário desfavorável para os investimentos, os tornando mais escassos e reduzindo as receitas das companhias em geral.